Dia do Trabalhador ao contrário (Frenesi e Dissimulação)

Pela 1º vez, brasileiros governistas mudaram a pauta histórica do 1º de maio (Dia do Trabalhador) e foram para rua em defesa do Queiroz e do deputado Daniel Silveira, sem se preocuparem com a volta da inflação, pobreza, fome e do desemprego.

Dia do Trabalhador ao contrário (Frenesi e Dissimulação)

Em 2018 o Brasil viveu uma espécie de surto coletivo onde a sede por mudança levou os eleitores, embalados pelo antipetismo, a embarcar na onda do ‘Mito’ ludibriados pelas novidades das "fakenews" escancaradas espalhadas pelo Whatsapp e pelas ‘verdades’ propagadas pela Lava-Jato referendadas pelo imprensa. 

A prisão do ex-presidente Lula pelo então super-herói Sérgio Moro, hoje um juiz considerado suspeito e parcial pelo STF e pela ONU, ajudou a eleger centenas de deputados desconhecidos no meio político que nunca haviam participado da vida política, mas que acreditaram em mais uma farsa produzida pelos arquitetos do bolsonarismo que ficou conhecida como ‘nova política.

Essa produção desenfreada de novos significados no tecido social brasileiro e na política em particular os especialistas em psicologia definem como ‘frenesi’.

Frenesi é uma emoção humana que pode ser descrita como uma raiva intensa e descontrolada que é um estágio elevado de resposta hostil a um dano flagrante percebido. É um estado de exaltação violenta que põe o indivíduo fora de si em desvario. 

E no caso brasileiro, o frenesi foi, ainda é coletivo e, segundo pesquisas, atinge cerca de 30% da população.

De 2018 até a próxima eleição, o trabalho dos estrategistas de Bolsonaro é dissimular para manter o estado de Frenesi ativo em seu eleitorado.

No lugar de debater as razões dos preços astronômico dos alimentos, combustíveis, a geladeira vazia, a fome, a miséria e o desemprego causado por um governo que desde a sua posse intensifica a política de transferência de renda dos ricos para os pobres iniciada em 2016 com Michel Temer, espertamente Jair Bolsonaro e sua trupe focam e desviam a atenção para temas de pouca relevância e até antagônicos, como foi o caso desse 1º de maio, onde o normal é, historicamente, discutir a pauta do direitos dos trabalhadores.

Mas no Brasil da Terraplana, do eterno comunismo e da vitoriosa mamadeira de piroca, Bolsonaro e seus seguidores trouxeram de volta temas ligado a volta da Ditadura Militar, fechamento do Congresso e os ataques aos “inimigos número um da liberdade bolsonarista”, o STF.

Sem esquecer, é claro, da ‘grande questão nacional’ chamada Daniel Silveira, um ex-cobrador de ônibus que apresentava atestados médicos para faltar o trabalho e após ingressar na PM do Rio de Janeiro colecionou nada mais do que 60 punições aplicadas pela instituição e hoje virou o bibelô do fascismo nacional onde sua figura simboliza que no Brasil o que conta ainda é a lei do mais forte.

Para o vice-presidente da República, general Mourão, outro admirador do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, pedir AI-5 e fechamento do STF é “Liberdade de expressão”.

Assim como para Bolsonaro, seu ato do Dia do Trabalhador recheado de faixas pedindo o fechamento do STF e caixões sugerindo a morte de Alexandre de Moraes é “defesa da Constituição”.

Fazer defesa de ditadura militar ao mesmo tempo que afirma defender democracia e acusar fraude sem provas as urnas eletrônicas, que inclusive os elegeu faz parte da estratégia bolsonarista de “roubar” palavras e dar-lhes o sentindo que ele acha que deve ter.

O exemplo mais evidente é a “liberdade”.

Qual é o conceito de liberdade para Bolsonaro e seus seguidores que acreditam firmemente que a violência é uma forma de resolução das divergências no campo político?

Como disse o inimigo número 1 do Bolsonarismo, o ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, o STF, cuja função é a de interpretar a Constituição, “liberdade expressão não pode ser liberdade de agressão”, mas isso não entra na mente do presidente que desde que surgiu na vida pública defende ditadura militar, tortura e morte de opositores.

Mas para compreender como esse processo de acusar o poder judiciário de não respeitar a liberdade de expressão ao mesmo tempo que são criados orçamentos secretos e leis para garantir sigilo de 100 anos a atos e investigação do governo, basta usar o protocolo do DMC e dissimular.

Dissimular é ocultação, por um indivíduo, de suas verdadeiras intenções e sentimentos; é fingir que não vê, não ouve ou não sente, é suprimir a aparência de algum fato, é deixar passar; fazer vista grossa sobre.

A DISSIMULAÇÃO militar e camuflagem (DMC) é um poderoso instrumento capaz de amplificar a capacidade de defesa, faz parte do treinamento militar, pois em caso de guerra, um prisioneiro por exemplo precisa dissimular para não entregar a posição de sua tropa ao inimigo, nem sobre tortura e crimes de guerra.

'A história militar evidencia esta afirmação com inúmeros exemplos, nos quais o uso de dissimulações, simulações, estratagemas, truques, camuflagens, engodos, dentre outros nomes, aplicados de maneira adequada e oportuna, foram decisivos para a vitória' informa o coronel e engenheiro MARIO PEDROZA DA SILVEIRA PINHEIRO em sua obra.

O governo Bolsonaro trouxe para os cargos de 1º e 2º escalão cerca de 8000 militares, a maioria sem nenhuma capacidade técnica para função, e talvez por isso a DISSIMULAÇÃO militar e camuflagem (DMC) tem sido tão recorrente no tocante as declarações públicas dos que ocupam o governo.

Porém, por mais que a forte rede social bolsonarista tente manter sua base mobilizada criando entretenimento e mentiras todos os dias para alinhar as bandeiras de luta e palavras de ordens dessa massa, a verdade é que milhares de seguidores estão pulando do barco pois a cada dia aumenta o desespero de sentir na pele o desemprego, a alta dos produtos da cesta básica e a inflação corroendo o salário sem aumento e ver que a crença inicial no embuste da ‘nova política’ se transformar em desespero e virar desesperança daqueles que confiavam nas promessas do mito de dias melhores.

Por Redação/Ralph Lichotti

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