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Só em 2024, a pasta distribuiu, aos estados e municípios, 1.355.260 doses da vacina contra raiva humana
No Dia Mundial Contra a Raiva, o Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação, com um investimento de, aproximadamente, R$ 35 milhões para aquisição da vacina animal, na expectativa de imunizar 28 milhões de cães e gatos em todo o País. Esse número engloba a vacinação de rotina, bloqueio de foco e a Campanha em 22 estados e o Distrito Federal.
A iniciativa, com ações voltadas para a imunização de cães e gatos, busca eliminar a raiva mediada por cães, garantindo a proteção, tanto da população, quanto dos animais de estimação, fundamentais na prevenção de surtos.
O Ministério da Saúde, historicamente recomenda o “Dia D”, que é o dia de mobilização municipal e estadual, no final de semana mais próximo ao dia 28 setembro. Destaca-se que o principal objetivo deste dia é aumentar a conscientização da população sobre a prevenção e controle da doença em cães e gatos e no homem.
Só em 2024, a pasta distribuiu, aos estados e municípios, 1.355.260 doses da vacina contra raiva humana. Até 12 de setembro, 669.578 doses já haviam sido aplicadas. Para a campanha de vacinação contra raiva canina e felina, até o momento, foram distribuídas 23.802.350 doses.
Histórico
No Brasil, as campanhas nacionais de vacinação contra raiva canina tiveram início a partir da implantação do Programa Nacional de Prevenção da Raiva (PNPR), em 1973, e, nos últimos 30 anos, tem-se observado o controle e a significativa redução nas taxas de mortalidade por raiva humana, sem registro de casos humanos mediados por cães desde 2015. Nos últimos anos, o predomínio de casos humanos, esporádicos e acidentais, relacionam-se com o ciclo silvestre da raiva, onde a transmissão ocorreu principalmente por morcegos, saguis e raposas.
Nos últimos anos, as campanhas anuais em áreas de maior risco e bloqueios de foco mostraram-se como instrumento de controle de raiva canina e felina, alcançando significativa redução nos casos de raiva humana transmitida por esses animais, com o último caso humano mediado por cães registrado há oito anos.
Nos últimos 50 anos, das estratégias adotadas, destaca-se a vacinação massiva contra a raiva canina e felina, que tem como resultado a ausência de casos em cães pelas variantes do vírus 1 e 2 há mais de sete anos no país. Como exemplo no período de 1999 a 2024, o Brasil saiu de 1.200 para 10 casos no ano de 2024. Todos com variantes de animais silvestres.
Raiva
A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave que acomete mamíferos, inclusive o homem. Ela é de extrema importância para saúde pública, devido a sua letalidade de aproximadamente 100%, por ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano (transmitida por cão e gato) e pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a vacinação humana e animal, a disponibilização de soro antirrábico humano e a realização de bloqueios de foco.
Sinais e Sintomas
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas que duram em média de 2 a 10 dias. Nesse período, o paciente apresenta:
Transmissão
A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais. O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. O período de incubação está relacionado à localização, à extensão e à profundidade da mordedura, arranhadura, lambedura ou tipo de contato com a saliva do animal infectado; da proximidade da porta de entrada com o cérebro e troncos nervosos; concentração de partículas virais inoculadas e cepa viral.
Nos cães e gatos, a eliminação de vírus pela saliva ocorre de 2 a 5 dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre 5 e 7 dias após a apresentação dos sintomas.
Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os quirópteros (morcegos) podem albergar o vírus por longos períodos, sem sintomatologia aparente, sendo atualmente o principal animal transmissor de raiva para a população, principalmente em locais remotos.
Diagnóstico e Tratamento
Não existem dificuldades para estabelecer o diagnóstico quando o quadro clínico vier acompanhado de sinais e sintomas característicos, precedidos por mordedura, arranhadura ou lambedura de mucosas provocadas por animal raivoso ou suspeito. Esse quadro clínico típico ocorre em cerca de 80% dos pacientes.
A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós-exposição. Quando a profilaxia antirrábica não ocorre em tempo oportuno e a doença se instala, pode-se utilizar o Protocolo de Tratamento da Raiva Humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos.
Entretanto, é importante salientar que, diante de uma doença em que a letalidade é de quase 100%, os pacientes, mesmo submetidos ao protocolo, raramente sobrevivem, ressaltando a importância da prevenção.
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