Dia Nacional do Funk: celebrando a resistência e a vitória de um movimento cultural

Dia Nacional do Funk: celebrando a resistência e a vitória de um movimento cultural

  Hoje, ao olharmos para trás, sentimos que valeu a pena. Não foi fácil a nossa caminhada, nunca foi – e ainda não é. Assim como o samba, que saiu das senzalas e abriu a porta das elites sem ter que pedir licença, o funk teve o mesmo destino e, igualmente, teve de enfrentar muitas barreiras. Pulamos várias fogueiras até chegarmos aqui.

O funk foi combatido; o funk foi proibido; o funk virou lei e até foi levado às barras do Supremo Tribunal Federal num recurso contra censura e condenação da Furacão 2000 por causa da música “Tapinha” – felizmente, rechaçado pelo então presidente da Corte, ministro Luis Roberto Barroso, que reformou a condenação, reconhecendo a legitimidade do funk enquanto manifestação cultural e artística e liberdade de expressão.

Hoje, no Dia Nacional do Funk, temos esse reconhecimento. Ao longo desses anos, demos muita oportunidade e abrimos a “porta da esperança” para muitos jovens. O nosso funk venceu barreiras e se tornou sucesso internacional. Anitta é prova disso. Mas a luta continua, e continuará pelas gerações seguintes, até o dia em que não haverá mais preconceito contra negros, pobres e periféricos.

A Evolução e a Legitimidade do Funk

Desde suas origens nas comunidades periféricas do Rio de Janeiro, o funk tem sido uma voz poderosa para os jovens marginalizados. Enfrentando estigmas e preconceitos, essa forma de expressão musical lutou por seu espaço e, hoje, é celebrada nacionalmente. O reconhecimento do funk como manifestação cultural e artística pelo STF foi um marco decisivo nessa trajetória, reafirmando o direito à liberdade de expressão e à valorização das culturas populares.

O Impacto Social e Internacional do Funk

O funk não só abriu portas para muitos jovens dentro do Brasil, mas também projetou artistas nacionais no cenário internacional. Anitta, uma das maiores estrelas do funk, é um exemplo claro desse sucesso global. Sua trajetória inspira uma nova geração de funkeiros que continuam a quebrar barreiras e a expandir os horizontes do gênero.

Um Futuro Sem Preconceitos

Embora o funk tenha conquistado muitos direitos e reconhecimento, a luta contra o preconceito racial e social ainda persiste. O Dia Nacional do Funk é uma oportunidade de celebrar essas vitórias e de renovar o compromisso com a igualdade e a justiça social. A batalha pela aceitação plena do funk e de suas raízes negras, pobres e periféricas continua, e cada nova geração de artistas e fãs desempenha um papel crucial nesse movimento.

 Hoje, comemoramos não só a música, mas também a resistência, a coragem e a determinação de todos que contribuíram para que o funk se tornasse uma força cultural imbatível no Brasil e no mundo.

 

Por Jéssica Porto 

Por Ultima Hora em 12/07/2024
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