Disputa pela presidência do PT esquenta com críticas de Quaquá a Edinho Silva

Vice-presidente nacional do partido classifica prefeito de Araraquara como "puxa-saco" e "perdedor", abrindo debate sobre futuro da sigla

Disputa pela presidência do PT esquenta com críticas de Quaquá a Edinho Silva

Em uma reviravolta surpreendente na corrida pela presidência do Partido dos Trabalhadores (PT), o deputado federal e vice-presidente nacional da sigla, Washington Quaquá, lançou duras críticas ao prefeito de Araraquara, Edinho Silva, até então considerado favorito para assumir o comando do partido a partir de 2025. As declarações contundentes de Quaquá expõem as tensões internas e os desafios que o PT enfrenta na busca por uma liderança forte e capaz de dialogar com o governo Lula.

Em entrevista exclusiva ao portal Metrópoles, Quaquá não poupou palavras ao se referir a Edinho Silva, classificando-o como "puxa-saco", "perdedor" e "assecla". O vice-presidente do PT argumentou que a escolha de Edinho para liderar o partido seria equivocada, afirmando que o presidente Lula já está "cercado por puxa-sacos" e que não precisa de "mais um assecla no Planalto".

A crítica de Quaquá ganhou força ao mencionar a recente derrota eleitoral de Edinho Silva em Araraquara, onde não conseguiu eleger sua sucessora nas eleições municipais deste ano. Heliana Honain (PT) obteve 45,16% dos votos válidos, sendo superada pelo candidato bolsonarista Dr. Lapena (PL), que venceu com 49,18%. Este revés eleitoral, somado ao fraco desempenho do PT em São Paulo - onde elegeu apenas quatro prefeitos - enfraqueceu a posição de Edinho como favorito à presidência do partido.

O cenário político atual abre espaço para outros nomes na disputa pela liderança petista. Entre os cotados estão o líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), o deputado Reginaldo Lopes (MG) e o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto. Quaquá expressou sua preferência por Guimarães e Okamotto, considerando-os "bons nomes" para chefiar o partido.

A declaração de Quaquá ressalta a necessidade de um líder com "altivez e tamanho" para dialogar com o presidente Lula e reorganizar o PT. "Precisamos de um partido forte, com opinião, reorganizar o PT e ter projeto de país. Um presidente fraco, do tamanho dos bajuladores que o cercam, não serve", afirmou o vice-presidente nacional.

Apesar das críticas, Edinho Silva ainda conta com o apoio de figuras influentes no partido, como José Dirceu. Por outro lado, a atual presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, tem demonstrado preferência por José Guimarães para sucedê-la.

A trajetória de José Guimarães como líder do governo na Câmara não está isenta de controvérsias. Nos dois primeiros anos do terceiro mandato de Lula, ele enfrentou críticas internas no partido devido à sua proximidade com o centrão, especialmente com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No entanto, essa mesma proximidade agora é vista como um trunfo por alguns setores do PT, principalmente após a vitória do partido sobre o candidato bolsonarista André Fernandes (PL) em Fortaleza.

É importante ressaltar que, de acordo com o estatuto do PT, a escolha do novo presidente ocorrerá por meio de um Processo de Eleições Diretas (PED), no qual os filiados do partido votarão diretamente. Este processo democrático promete ser acirrado e decisivo para o futuro da sigla.

A disputa pela presidência do PT ganha contornos ainda mais relevantes diante dos desafios que o partido e o governo Lula enfrentam. O próximo líder terá a missão de fortalecer a base de apoio do governo, articular alianças políticas e preparar o terreno para as eleições de 2026.

As declarações de Quaquá contra Edinho Silva evidenciam não apenas uma disputa interna por poder, mas também refletem diferentes visões sobre o futuro do PT e seu papel na política nacional. O debate que se segue promete ser intenso e determinante para os rumos do partido nos próximos anos.

Enquanto a data do PED se aproxima, os olhos da política nacional estarão voltados para o PT, observando atentamente como a sigla lidará com suas divergências internas e qual direção escolherá para enfrentar os desafios que se apresentam no horizonte político brasileiro.

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Por Ultima Hora em 19/11/2024
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