Ditadores do futuro: coronel mostra alunos de escola pré-militar obrigados a entoar cantos fascistas

Assim se forma um Gabriel Monteiro ou Daniel Silveira, ex-policiais militares que se elegeram na esteira da farsa da "nova política" e hoje escancaram o viés reacionário e fascista da formação dos militares brasileiros em todos os níveis que compõem a estrutura das nossas forças armadas e das polícias de todo o país.

O ex-Chefe do Estado-Maior da 7ª Região do Exército, que corresponde a Pernambuco e parte do nordeste, o coronel Marcelo Pimentel, publicou em sua conta do Twitter neste sábado (2), um vídeo em que os estudantes do curso pré-militar de Canoas (RS) são obrigados a entoar cantos fascistas em marcha pelas ruas da cidade.

De acordo com ele, o vídeo “foi feito por um dos poucos oficiais do Exército Brasileiro que eu conheço com coragem de não se omitir. Trata-se de cena do cotidiano em Canoas-RS, cidade com guarnição militar considerável. Crianças e jovens conduzidos por marmanjos entoando ‘canções de corrida’ dos quartéis anos 70”, descreve.

O coronel afirma que “as ‘letras’ desses cânticos são absolutamente impróprias pra serem pronunciadas fora do quartel. Até mesmo no quartel já não cabem mais. Como comandante e instrutor de CPOR não admitia esse tipo de ‘canção’! Falam de ‘interrogatórios violentos’, ‘torturas’ e que tais!”

Atitude violenta
“A que se canta no vídeo tem letra assim: ‘quando eu morrer, quero ir de FAL e de Beretta, pra dar um tiro na cabeça do capeta’. E trechos que nem dá pra falar por aqui. O ‘curso pré-militar’ (na camiseta preta) ensina crianças fantasiadas de milicianos a terem atitude violenta”, alerta.

O coronel diz esperar que isso sirva de alerta para o processo que venho insistentemente demonstrando: a MILITARIZAÇÃO da sociedade por intermédio da ocupação maciça de cargos políticos governamentais pelos generais e coronéis da geração que inventou essas músicas nos anos 70/80: os ‘rambos’!”

“A proliferação das ‘Escolas Cívico-Militares’ (ECIM) está militarizando o ensino básico no Brasil. Dentre as inúmeras críticas que se pode fazer a essa insensatez - as ECIM -, uma das mais necessárias é a que transparece nesse vídeo: - formação de uma juventude fascistóide!”, encerra. (Da Revista Fórum)