Do Porto ao Espírito Santo, Rio Marginalizado: O Futuro da EF 118: Apoio ou Ameaça ao Rio de Janeiro?

Impacto da Ferrovia EF 118 no Estado do Rio de Janeiro

Panorama da Situação

Recentemente, a discussão sobre a execução da Ferrovia EF 118 tem gerado grande polêmica e descontentamento, especialmente entre os fluminenses. Durante a audiência pública, o projeto de ferrovia, que deveria integrar o estado do Rio de Janeiro em seu traçado completo, está demonstrando tendências que preocupam muitos observadores e líderes locais.

Trecho Norte e As Implicações

O atual foco do governo federal parece ser a implantação do trecho norte da ferrovia, que conecta o Porto do Açu a Vitória, no Espírito Santo. Este trecho está projetado para ser financiado com dinheiro público. Por outro lado, o traçado sul, que deveria integrar de forma mais completa o estado do Rio de Janeiro, ligando o Açu à Baixada pelos municípios do Norte Fluminense, foi deixado em segundo plano. A expectativa é que, na prática, este trecho sul nunca saia do papel, prejudicando o desenvolvimento econômico regional.

Consequências Econômicas para o RJ

Esse direcionamento da ferrovia pode ser um grave erro estratégico ("um tiro no pé"), como argumentado por muitos críticos, uma vez que transforma o Porto do Açu em um mero corredor capixaba de exportação de minério de ferro. Os benefícios econômicos desse investimento público assimétrico são questionáveis, reforçados ainda pela aplicação da Lei Kandir, que elimina tributações sobre exportações, reduzindo ainda mais os incentivos fiscais e econômicos para o estado do Rio de Janeiro.

Audiência na FIRJAN

Haverá uma nova audiência pública promovida pela FIRJAN na sexta-feira, contando essencialmente com a participação de líderes e ex-ministros, como Márcio Fortes, que já se posicionou de forma crítica à condução atual do projeto. O evento promete ser um palco para debates e tentativas de mudança do curso que o projeto vem tomando.

Reflexões Finais e Mobilização

É fundamental que as autoridades do Rio de Janeiro, voltadas para o desenvolvimento, bem como as prefeituras locais, se mobilizem em defesa de um traçado ferroviário mais inclusivo e alinhado com os objetivos originais do Porto do Açu. Reduzir o projeto a um mero canal de exportação sem retorno substancial para o estado representa um distanciamento perigoso das metas de desenvolvimento local.

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