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Em um inquietante paralelo histórico, o Brasil se vê novamente diante de uma tentativa de subverter o processo democrático, ecoando eventos de 74 anos atrás. Em 1950, o jornalista Carlos Lacerda declarou que Getúlio Vargas não deveria ser candidato, eleito ou empossado. Hoje, um plano descoberto pela Polícia Federal revela uma intenção semelhante contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O documento, intitulado "Operação 142", foi apreendido na sede do Partido Liberal (PL) e continha etapas para um suposto golpe de Estado, culminando com a frase "Lula não sobe a rampa". Este material estava na mesa do assessor do general Braga Netto, o coronel Peregrino, sugerindo um envolvimento de altos escalões militares e políticos.
Da Tribuna da Imprensa à sede do PL: A persistência do golpismo na política brasileira
“O senhor Getúlio Vargas não deve ser candidato [a presidente], se for candidato não deve ser eleito, se for eleito, não deve tomar posse, se tomar posse não pode governar” – disse o jornalista Carlos Lacerda, golpista raiz, no seu jornal “Tribuna da Imprensa”, do Rio, lá se vão 74 anos.
Segundo a Polícia Federal, o plano demonstra "clara intenção golpista" por parte de Braga Netto e seu entorno, visando "subverter o Estado democrático de Direito". O documento faz referência ao artigo 142 da Constituição Federal, numa interpretação controversa que buscaria legitimar uma intervenção militar.
Esta descoberta lança luz sobre a persistência de ameaças à democracia brasileira, mesmo após décadas de progresso institucional. A similaridade com a declaração de Lacerda contra Vargas em 1950 evidencia um padrão preocupante de resistência a resultados eleitorais por parte de setores da sociedade brasileira.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, levantou o sigilo do relatório da PF, permitindo que estas informações viessem a público. Esta ação reforça o papel crucial do Judiciário na defesa da ordem democrática e na transparência dos processos investigativos.
A revelação deste plano golpista ressalta a importância da vigilância constante para proteger as instituições democráticas do país. Também levanta questões sobre a necessidade de reformas que fortaleçam os mecanismos de defesa da Constituição e punam severamente tentativas de subversão da ordem democrática.
Enquanto o Brasil reflete sobre este episódio, fica evidente que a luta pela manutenção da democracia é contínua e requer o engajamento de toda a sociedade. A história nos lembra que a estabilidade democrática não pode ser tomada como garantida, mas deve ser ativamente defendida e fortalecida a cada geração.
Por Ralph Lichotti - Advogado e Jornalista, Foi Sócio Diretor do Jornal O Fluminense e acionista majoritário do Tribuna da Imprensa, Secretário Geral da Associação Nacional, Internacional de Imprensa - ANI, Ex- Secretário Municipal de Receita de Itaperuna, Ex-Presidente da Comissão de Sindicância e Conselheiro da Associação Brasileira de Imprensa - ABI - MTb 31.335/RJ
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