E essa onda de calor hein? Quais as consequências para a saúde e como se proteger.

E essa onda de calor hein? Quais as consequências para a saúde e como se proteger.

 

O verão é uma estação amada por muitos, mas pode ser desafiador passar pelas ondas de calor intenso. Segundo o INPE, a previsão do tempo para 2025 indica que o Brasil terá um verão com altas temperaturas e que pode ser um dos mais quentes – ou o mais quente – da história. E todos nós já estamos sentindo na pele, literalmente. Além do calor intenso, a umidade pode tornar a sensação térmica ainda mais elevada, o que pode afetar negativamente a saúde das pessoas.

O calor intenso pode causar perda excessiva de água e sais minerais, resultando em desidratação que pode causar confusão mental e, em casos severos, pode levar ao óbito. É importante ter cuidado redobrado com os idosos que já não sentem sede como deveriam e muitas vezes se esquecem de beber água. 

Quando o ar fica mais quente que a temperatura da pele (normalmente de 35,5°C a 37,7°C), o suor não evapora e começamos a ganhar calor, assim a temperatura do nosso corpo sobe gradativamente. Como a água evapora rapidamente em ambientes secos, mas lentamente ou não evapora em ambientes úmidos, a capacidade do corpo de suportar as altas temperaturas depende da umidade. Se a umidade é relativa do ar é alta, maior a dificuldade de o suor evaporar levando o calor, então as altas temperaturas ficam insuportáveis. É por isso que um ventinho qualquer nessas horas é muito bem-vindo. 

O calor intenso também tem impacto significativo na pressão arterial. Quando a temperatura ambiente aumenta, o corpo tenta resfriar-se dilatando os vasos sanguíneos perto da pele, um processo conhecido como vasodilatação. Esta dilatação dos vasos sanguíneos faz com que o coração bombeie mais sangue para a superfície da pele para dissipar o calor, o que aumenta o fluxo sanguíneo e pode levar a uma diminuição inicial da pressão arterial. No entanto, em algumas circunstâncias, especialmente em pessoas com problemas cardíacos preexistentes ou sistemas circulatórios comprometidos, essa resposta pode ser inadequada ou ineficaz, resultando em um aumento da pressão arterial. O corpo também libera hormônios como a adrenalina em resposta ao estresse térmico, o que pode fazer com que o coração bata mais rápido e com mais força, elevando ainda mais a pressão arterial. A desidratação, comum em dias de calor extremo, também pode reduzir o volume sanguíneo, forçando o coração a trabalhar mais para manter uma pressão arterial adequada, o que pode agravar o problema.

Além desses fatores, a exposição direta e prolongada ao sol pode causar insolação, que é uma condição médica grave que ocorre devido à exposição direta e prolongada ao sol, levando a hipertermia. Os sintomas incluem cefaleia, tontura, náusea e, em casos severos, pode resultar em falência de múltiplos órgãos. 

Para se proteger é preciso beber água suficiente ao longo do dia para manter-se hidratado. Evite bebidas alcoólicas e cafeinadas, pois elas podem aumentar a desidratação. Use protetor solar com fator de proteção adequado para evitar queimaduras solares. Reaplique conforme necessário, especialmente depois de nadar ou transpirar. Optar por roupas leves, de cores claras e de tecidos respiráveis, como algodão pode ser uma boa estratégia. Use chapéus e óculos de sol para proteger o rosto e os olhos. Evite Exposição Direta ao Sol: Sempre que possível, fique em áreas sombreadas ou em ambientes climatizados, especialmente durante as horas mais quentes do dia (entre 10h e 16h). Procure fazer alimentação leve evitando alimentos pesados e gordurosos, que podem dificultar a digestão e aumentar a sensação de calor. Numa situação emergencial, pode-se tomar banhos frios para ajudar a regular a temperatura corporal e proporcionar alívio imediato.

As ondas de calor intenso representam um desafio significativo para a saúde, especialmente em um país tropical como o Brasil. É importante se prevenir para preservar a saúde, evitando complicações graves, garantindo um verão mais seguro e agradável para todos e lembrem-se do filtro solar!

Profª. Drª. Adriana Pedrenho

Departamento de Ciências Fisiológicas, UFRRJ

Idealizadora da Nave Química Fisiológica

Por Ultima Hora em 29/01/2025
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