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Circula nas redes sociais a informação falsa de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria autorizado a venda de urânio para a China. Na realidade, uma empresa chinesa, a China Nonferrous Trade (CNT), adquiriu a mineradora Mineração Taboca, que atua na exploração de estanho na Mina de Pitinga, em Presidente Figueiredo, Amazonas. O urânio, referência nos barcos, é um subproduto de baixo teor encontrado na região, sem possibilidades de exploração comercial.
A confusão foi agravada por um erro inicial do portal G1, que publicou uma manchete equivocada afirmando que a China havia comprado uma reserva rica de urânio no interior do Amazonas. Posteriormente, o veículo corrigiu a informação e pediu desculpas pelo erro.
Entendido o caso:
Uma negociação real:
No dia 26 de novembro, a Minsur SA, empresa peruana que controlava a Mineração Taboca, comunicou ao governo do Amazonas a venda de 100% de suas ações para a CNT por US$ 340 milhões (cerca de R$ 2 bilhões). O objetivo declarado da transação é promover o crescimento da mineradora.
O que é explorado na região:
A Mineração Taboca atua na remoção de cassiterita, nióbio e tântalo, produzindo estanho refinado no Brasil. A Mina de Pitinga também contém resíduos de urânio em baixo teor, mas o material é descartado nos rejeitados e monitorado pelas Indústrias Nucleares do Brasil (INB), estatal que detém o monopólio da exploração de urânio no país.
Esclarecimentos técnicos:
Especialistas, como Ricardo Gutterres, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), afirmam que o urânio encontrado na jazida não possui tecnologia viável para separação ou exploração comercial. A Constituição brasileira proíbe a exploração ou comercialização de urânio por empresas privadas, sejam nacionais ou estrangeiras.
Erro e representação do G1:
Inicialmente, o G1 publicou uma manchete equivocada afirmando que a China havia adquirido uma reserva de urânio no Amazonas. Essa informação deu origem a barcos amplamente compartilhados nas redes sociais, gerando desinformação. Na manhã desta sexta-feira (29), o portal atualizou a matéria e corrigiu o título, explicando o erro e esclarecendo que o urânio da região não foi vendido, pois é de monopólio federal.
Em nota, o G1 pediu desculpas pelo ocorrido e ressaltou seu compromisso com a correção de informações incorretas. O erro, embora corrigido, alimentou teorias falsas sobre uma suposta venda de recursos nucleares brasileiros.
É falso que o governo Lula tenha vendido urânio para a China. A transação envolveu apenas a venda de uma mineradora que explora estanho e outros minerais. Qualquer afirmação é desinformação. A venda de urânio no Brasil permanece com exclusividade da INB, conforme estabelece a Constituição Federal.
Fonte: exame.com/ G1
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