Eleições na Venezuela: Vitória do Chavismo ou da Oposição?

Eleições na Venezuela: Vitória do Chavismo ou da Oposição?

Se os amigos leitores se lembram, no artigo da semana passada escrevi: “A crise econômica e a união da oposição contribuíram para esse apoio esmagador à mudança. No entanto, a possibilidade de fraude eleitoral e repressão política continua sendo uma preocupação real para todos os democratas.” Vou deixar de ser articulista político para virar vidente. Brincadeiras à parte, vamos traçar um dedo de prosa sobre a longa crise venezuelana.

As eleições na Venezuela, realizadas no último domingo, tiveram como resultado, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, controlado pelo Chavismo, a reeleição de Nicolás Maduro com 51,2% dos votos. No entanto, a oposição afirma que o candidato Edmundo González venceu com 70% dos votos. Nenhum dos lados apresentou as atas eleitorais, o que comprovaria quem foi efetivamente o vencedor. A oposição não reconhece a legitimidade do Conselho Nacional Eleitoral, pois todos foram indicados por Maduro. Lá não existe um Tribunal Eleitoral como existe no Brasil. O cenário político na Venezuela permanece altamente polarizado, e uma solução requer diálogo e compromisso de todas as partes envolvidas.

A disputa em torno da vitória nas eleições venezuelanas é complexa e altamente controversa. Vamos analisar os argumentos de ambos os lados:

Os Chavistas afirmam que o processo eleitoral foi transparente e que a vontade do povo foi respeitada. Já a oposição aponta várias irregularidades que teriam ocorrido no processo eleitoral, tais como: impugnação da candidatura da líder oposicionista Maria Corina Machado, a proibição da participação de observadores independentes e, por fim, a manipulação de resultados.

O cenário é incerto. A pressão internacional e a instabilidade interna podem levar a desdobramentos imprevisíveis, podendo até gerar uma guerra civil. Até o momento, já foram registradas 20 mortes.

A reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela gerou reações mistas na comunidade internacional:

  • Os Estados Unidos, acho que precipitadamente, declarou a vitória de Edmundo González.
  • A União Europeia e várias nações latino-americanas, incluindo o Brasil, expressaram preocupação e pediram uma investigação independente.
  • Líderes mundiais predominantemente demonstraram ceticismo em relação aos resultados proferidos pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e não reconheceram a vitória de Maduro.
  • Cuba, Rússia, China e outros países aliados do regime de Maduro reconheceram os resultados e parabenizaram sua reeleição, por coincidência nenhum desses são exemplos de democracia.

Em resumo, a controvérsia em torno da reeleição de Maduro continua a gerar reações significativas interna e externamente. Enfim, a Venezuela é uma nação dividida, com acusações de fraude e falta de transparência no processo eleitoral. O desfecho dessa crise dependerá de como os atores políticos e a comunidade internacional reagirão nos próximos dias e semanas. A estabilidade do país está em jogo, e o mundo observa com apreensão.

CADÊ AS ATAS?

Filinto Branco – colunista político.

 

 

Por Ultima Hora em 03/08/2024
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