Em comício, Bolsonaro chama Caiado de covarde e critica medidas da pandemia

‘Nós na pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam ‘fiquem em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde! Governador covarde!’, bradou Bolsonaro

Em comício, Bolsonaro chama Caiado de covarde e critica medidas da pandemia

Jair Bolsonaro (PL) chamou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), de “covarde” durante um comício realizado nesta terça-feira em Goiânia. A crítica ocorre no contexto da disputa pela prefeitura da capital, em que Bolsonaro e Caiado apoiam candidatos diferentes. Enquanto Caiado impulsiona a candidatura do empresário e ex-deputado Sandro Mabel, Bolsonaro apoia o deputado estadual Fred Rodrigues, que tem como padrinho político o deputado federal Gustavo Gayer.

No comício, realizado em um bairro nobre de Goiânia, Bolsonaro não mencionou Caiado diretamente, mas relembrou a crise entre os dois durante a pandemia de Covid-19, em 2020. Naquele período, Caiado rompeu com Bolsonaro devido às divergências sobre as medidas adotadas por governadores para conter a disseminação do coronavírus. Durante seu discurso, Bolsonaro retomou sua postura crítica em relação às vacinas, uma narrativa frequente durante seu governo.

— Nós na pandemia, fizemos o que tinha que ser feito. Fui contra governadores que falavam ‘fiquem em casa, a economia a gente vê depois’. Governador covarde! Governador covarde! O vírus ia pegar todo mundo, não tinha como fugir do vírus — declarou Bolsonaro no comício, ao lado de Gayer, do candidato à prefeitura e seu vice.

Ainda em seu discurso, o ex-presidente afirmou que a única candidatura de direita na capital era a de Fred Rodrigues. Apesar de muita negociação na pré-campanha, o governador goiano optou por lançar um nome do União Brasil à prefeitura da capital, desagradando o PL de Bolsonaro, que queria lançar Gayer. O parlamentar havia se tornado empecilho para qualquer aliança nas eleições deste ano.

Caiado filiou o presidente da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), o ex-deputado Sandro Mabel. O empresário ficou dez anos fora da política, mas divide o primeiro lugar nas pesquisas com a deputada petista Adriana Acorsi. Mabel também é da família fundadora da empresa de rosquinhas e biscoitos Mabel, vendida em 2011 para a PepsiCo, citada por Bolsonaro no ataque ao candidato:

— O candidato da bolachinha e da rosquinha tem vídeo dele elogiando Dilma Rousseff, dizendo que ela foi uma boa gestora. 2014, 2015, sem crise nenhuma no Brasil. Essa presidente conseguiu a proeza de desempregar 13 milhões de pessoas no Brasil. Essa presidente que o da rosquinha disse que foi uma boa presidente, conseguiu entregar a Petrobras para o Temer com uma dívida de 180 milhões de dólares — discursou.

O ataque do ex-presidente ao antigo aliado coincide em um momento que o governador busca se cacifar para a disputa ao Planalto em 2026. Diante da inelegibilidade de Bolsonaro no próximo pleito, o União já trata Caiado como pré-candidato. E o chefe do Executivo goiano busca atrair tanto o eleitor bolsonarista, quanto um voto mais moderado de centro-direita.

Com informações de O Globo.

 

 

Por Ultima Hora em 26/09/2024
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