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A cada dia, o crime organizado se reinventa, revelando uma capacidade quase empresarial de adaptação. Enquanto isso, a polícia e a Justiça enfrentam um verdadeiro cabo de guerra, entre ações nos morros, becos e favelas, e o respeito aos direitos garantidos pela Constituição. Mas, no fim das contas, será que o caos na segurança pública não é reflexo das escolhas e omissões do próprio povo?
A Justiça, com seus pilares baseados em garantir direitos fundamentais, esbarra na atuação de uma polícia que busca a neutralização do crime em sua forma mais crua. Favelas, periferias e até áreas urbanas se tornam cenários de embates, muitas vezes com consequências desastrosas para as comunidades locais.
Seria interessante – e talvez até educativo – ver representantes de direitos humanos, do Ministério Público, do STJ e até do STF acompanhando as operações policiais em locais de conflito. A presença desses agentes de alto escalão nas ações poderia lançar luz sobre as complexidades do combate à criminalidade e promover um diálogo mais profundo entre diferentes setores da sociedade.
Entretanto, a questão da violência não se limita ao confronto direto com o crime organizado. Casos de violência doméstica, contra crianças, adolescentes e idosos seguem crescendo, desafiando ainda mais as forças de segurança e o sistema judicial. Haja preparo e estrutura para dar conta de tamanha demanda!
Enquanto isso, as carreiras de policiais, juízes e promotores são moldadas por anos de treinamento, estudo e provas rigorosas. Por outro lado, os criminosos "graduam-se" nas estradas da vida, entre becos e vielas, sem qualquer formação formal, mas com um pragmatismo cruel que desafia as instituições.
Está na hora de deixar as narrativas vazias de lado e encarar o problema com mais objetividade. Menos estrelismo midiático e mais ação concreta. É hora de arregaçar as mangas e enfrentar o problema de frente, com ações coordenadas, planejamento estratégico e, acima de tudo, vontade política para fazer a diferença.
O Brasil, entre tantas contradições, ainda pode encontrar um caminho que alie segurança e justiça, mas para isso é preciso que todos os atores – inclusive o povo – assumam sua responsabilidade nesse palco complexo que é a segurança pública.
Por: Arinos Monge.
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