Entre Becos e Tribunais: O enfrentamento do crime no Brasil e os desafios da Justiça

Violência policial, direitos humanos e a organização do crime: um debate que expõe as contradições de uma sociedade em busca de equilíbrio entre segurança e justiça.

Entre Becos e Tribunais: O enfrentamento do crime no Brasil e os desafios da Justiça

A cada dia, o crime organizado se reinventa, revelando uma capacidade quase empresarial de adaptação. Enquanto isso, a polícia e a Justiça enfrentam um verdadeiro cabo de guerra, entre ações nos morros, becos e favelas, e o respeito aos direitos garantidos pela Constituição. Mas, no fim das contas, será que o caos na segurança pública não é reflexo das escolhas e omissões do próprio povo?

A Justiça, com seus pilares baseados em garantir direitos fundamentais, esbarra na atuação de uma polícia que busca a neutralização do crime em sua forma mais crua. Favelas, periferias e até áreas urbanas se tornam cenários de embates, muitas vezes com consequências desastrosas para as comunidades locais.

Seria interessante – e talvez até educativo – ver representantes de direitos humanos, do Ministério Público, do STJ e até do STF acompanhando as operações policiais em locais de conflito. A presença desses agentes de alto escalão nas ações poderia lançar luz sobre as complexidades do combate à criminalidade e promover um diálogo mais profundo entre diferentes setores da sociedade.

Entretanto, a questão da violência não se limita ao confronto direto com o crime organizado. Casos de violência doméstica, contra crianças, adolescentes e idosos seguem crescendo, desafiando ainda mais as forças de segurança e o sistema judicial. Haja preparo e estrutura para dar conta de tamanha demanda!

Enquanto isso, as carreiras de policiais, juízes e promotores são moldadas por anos de treinamento, estudo e provas rigorosas. Por outro lado, os criminosos "graduam-se" nas estradas da vida, entre becos e vielas, sem qualquer formação formal, mas com um pragmatismo cruel que desafia as instituições.

Está na hora de deixar as narrativas vazias de lado e encarar o problema com mais objetividade. Menos estrelismo midiático e mais ação concreta. É hora de arregaçar as mangas e enfrentar o problema de frente, com ações coordenadas, planejamento estratégico e, acima de tudo, vontade política para fazer a diferença.

O Brasil, entre tantas contradições, ainda pode encontrar um caminho que alie segurança e justiça, mas para isso é preciso que todos os atores – inclusive o povo – assumam sua responsabilidade nesse palco complexo que é a segurança pública.

Por: Arinos Monge. 

Por Coluna Arinos Monge em 16/01/2025

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