Entrevista com o Delegado Fernando Veloso

Entrevista com o Delegado Fernando Veloso

Ultima Hora On-line - Poderia nos falar sobre sua história e trajetória?

Você já me conhece, sou o Delegado Fernando Veloso.

Sou de origem humilde.

Meu pai sustentou a família por muitos anos dirigindo um TAXI. Moramos no subúrbio do Rio e no morro da Providência.

Aos 14 anos eu já trabalhava em horário integral e estudava a noite. Aos 16 já ralava no balcão de um bar na primeira sociedade que abri. Senti na pele a dureza que é tocar um negócio, matar um leão a cada dia, comprometer o pouco que se consegue economizar pra pegar mais emprestado e seguir investindo no sonho do próprio negócio.

Por isso, conheço de perto a necessidade de termos leis que incentivem o empreendedorismo carioca.

Foram mais de 20 anos de muita luta na iniciativa privada, que me prepararam para o desafio dos 20 anos seguintes como Delegado de Polícia.

Com Deus, com os valores morais e éticos que sempre nortearam a minha família, segui vencedor no serviço público.

Fui subchefe operacional e depois Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro e apesar da crise financeira daquela época, em que faltava dinheiro até pra gasolina das viaturas e papel para as delegacias, seguimos firmes e com muita gestão fizemos diversas inovações, que não só contribuíram para a segurança pública, como melhoraram o atendimento nas delegacias.

Nos moldes do setor privado, criei uma Central de Atendimento ao Cidadão, criando um canal direto com o cidadão carioca, através de telefone, chat e WhatsApp, recebendo reclamações de demora ou mau atendimento nas delegacias.

Participei com sucesso do comando da segurança de grandes eventos, como a Copa do Mundo, Olimpíadas e a visita do Papa no Rio de Janeiro.

Em 2021, com o então Secretário de Administração Penitenciária preso e o sistema prisional do Rio de Janeiro beirando um colapso, recebi do Governador Cláudio Castro a missão de pôr ordem na Casa. Missão dada, missão cumprida. Assim fizemos, com o apoio de uma valorosa equipe, afastamos os maus e valorizamos os bons policiais.

Com muita gestão, em apenas 7 meses, não só debelamos a crise, como mais uma vez, inovamos, com a criação da primeira escola de inteligência penitenciária do Brasil, dentre tantas outras medidas de enfrentamento às organizações criminosas.

Esse é um breve resumo da minha história. Por isso sou candidato a deputado federal.

Tenho integridade para fazer o certo, experiência para fazer melhor.

Ultima Hora On-line - Quais foram suas maiores realizações como Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro?

Delegado Fernando Veloso - Assumimos a Chefia de Polícia em um momento de crise financeira no estado, onde faltava até mesmo papel e toner nas Delegacias para a simples impressão dos Registros de Ocorrência, tendo sido esse um grande desafio a ser enfrentado.

Porém, prosseguimos estabelecendo parcerias e motivando os policiais, reforçando os meios de gestão para garantir a progressão de suas carreiras de forma clara e sistemática. Além disso, coordenar e gerenciar não apenas os efetivos da Polícia Civil, mas também os integrar com outras forças nacionais e internacionais durante os Grandes Eventos de que participamos revelou-se uma tarefa complexa e sensível que vencemos com um grande e coordenado esforço de gestão. 

Comandar de forma comprometida, sendo os primeiros a chegar e os últimos a sair, fazendo-se presente em momentos críticos e participando da dor daqueles que perdemos e de seus familiares cremos, foi uma das faces mais visíveis desse período onde sempre procuramos COMANDAR PELO EXEMPLO.

Ultima Hora On-line - Você foi chamado pelo Governador Cláudio Castro para assumir a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro em plena crise, com um secretário preso, como foi esse desafio?

Delegado Fernando Veloso - De certa forma não chegou a ser uma novidade, porque quando assumimos a Subchefia Operacional da Polícia Civil, o fizemos com o Chefe de Polícia e o Subsecretário anteriores presos e/ou afastados para ser investigados.

E sendo uma secretaria que sabíamos ser complexa e carente de uma gestão profissional, procuramos nos cercar de uma equipe de servidores igualmente íntegros e comprometidos para vencer os desafios que viriam. 

Mais do que pacificar as vozes dissonantes da mídia e a desconfiança de órgãos externos, empreendemos um choque de gestão, buscando dar efetividade, qualidade, profissionalismo e destaque para os bons servidores, segregando e afastando aqueles anteriormente envolvidos ou suspeitos de envolvimento com atos suspeitos. 

Literalmente foi uma gestão de SETE ANOS em apenas SETE MESES, visando pacificar contratos de alimentação, tentativas de fuga, insatisfação de servidores, problemas de gestão administrativa, incapacidade de atender de forma célere e criteriosa aos familiares dos detentos, além de lidar com presos federais “complexos” em razão de suas fragilidades de saúde e exposição na mídia política nacional.

Some-se a isso a péssima imagem administrativa da SEAP junto ao DEPEN, dada a sua incapacidade de apresentar projetos e executar reformas e construção de novas unidades, além da complexa ausência dos nossos antecessores na formulação de política públicas para o setor e esse desafio se tornaria inatingível, mas sabedores dessas dificuldades, criamos e investimos na construção de um Escritório de Projetos e Parcerias, com quadros qualificados que nos tiraram das trevas para a luz, trabalho que esperamos não tenha sofrido solução de continuidade como no passado.

Valorizamos os bons servidores e apertamos o cerco contra aqueles de índole duvidosa, tratando a massa carcerária com autoridade, sem promiscuidade e dentro dos estritos parâmetros da Lei, sempre objetivando o enfraquecimento das facções criminosas e a construção de pontes para recuperar aqueles presos não violentos e não envolvidos com o crime organizado.

Se pudéssemos resumir a gestão em duas palavras, estas seriam: PROFISSIONALISMO e INTEGRIDADE.

Ultima Hora On-line - Você passou alguns anos como comentarista de segurança pública na Rede Globo, como foi trabalhar na televisão?

Delegado Fernando Veloso - Foi sem dúvida uma excelente experiência de comunicação, porque na polícia somos forjados na maioria do tempo para executar, para operar, para resolver e quase nada para comunicar o que fazemos.

Para tanto entrei no gozo das licenças a que tinha direito, dedicando-me a comentar os crimes e as crises trazidas para a pauta, sempre de forma TÉCNICA e ISENTA, sem “passar o pano”, sem esconder os erros, mas também demonstrando o profissionalismo e o esforço qualificado dos Agentes de Autoridade no desempenho de suas funções.

A experiência foi gratificante, porque trabalhei com excelentes profissionais de mídia e comunicação, sem me dobrar a pautas político-ideológicas, com integridade, verdade, neutralidade e clareza, fato reconhecido por lideranças à esquerda e à direita do espectro político e policial do estado e do país.

Cumprido esse período de aprendizado e de serviço prestado à sociedade, mostrando que SIM, é possível atuar no comentário do noticiário policial de forma técnica e isenta, pedi voluntariamente o meu afastamento da emissora, para retornar às minhas atividades na Polícia Civil e até hoje sou reconhecido pelas pessoas em razão desse momento de minha vida, creio eu, justamente pela minha HONRADEZ, VERDADE e INTEGRIDADE durante aquele período.

Ultima Hora On-line - Você é nascido e criado no Rio de Janeiro? O que acha que podemos melhorar em nossa cidade?

Delegado Fernando Veloso - Sou filho de imigrantes portugueses e desde cedo, morando em comunidades carentes, fiado nos valores familiares e religiosos, busquei crescer através do trabalho, da boa e velha meritocracia, sem esperar ou depender de auxílios do estado.

Por isso pedi emancipação legal para começar um negócio próprio e avançar, crescer através do meu suor e do meu trabalho. Estudando, trabalhando, dando emprego e lutando de sol a sol, como fazem milhares de Cariocas e Fluminenses TODOS OS DIAS.

Por isso acredito de todo o coração que SIM, podemos MUDAR e MELHORAR a nossa cidade e o nosso Estado, se passarmos a OLHAR para aqueles que DEDICAM SUAS VIDAS AO TRABALHO e ao CUMPRIMENTO DAS LEIS.

Tenho dito e repito: CHEGA DE BANDIDOLATRIA! CHEGA desse viés ideológico DETURPADO que criminaliza os jovens pobres das comunidades, comparando-os a assassinos, a narcoterroristas, a roubadores e celerados, como se estes TRANSGRESSORES DA LEI fossem vítimas da sociedade. Como se fossem perseguidos em razão de sua origem, de sua cor ou status social, quando na realidade não passam de criminosos.

Nas comunidades temos MILHARES, MILHÕES de jovens, de cidadãos que LEVANTAM DE MADRUGADA para trabalhar, para estudar, para GANHAR O PÃO NOSSO DE CADA DIA, mas estes NÃO SÃO DEFENDIDOS, não são LEMBRADOS, não são DESTACADOS pelos defensores dos “Direitos dos Manos”.  E, comparar CRIMINOSOS, um percentual muito pequeno das comunidades carentes com esses CIDADÃOS TRABALHADORES e ORDEIROS é também um CRIME que vem sendo cometido pela esquerda, pela mídia e pelos cineastas deste país.

Por isso desejo ser Deputado Federal. Para mudar esse estado de coisas, para criar Leis e Projetos que visem DEFENDER e AMPARAR à juventude e aos brasileiros que lutam diariamente por um futuro melhor, de peito aberto, de forma honrada, dedicada e resiliente.

Precisamos PROTEGER quem cumpre a Lei!

Precisamos DEFENDER as VÍTIMAS e não os CRIMINOSOS!

Precisamos devolver ao cidadão carioca e fluminense a FÉ NA JUSTIÇA, mantendo PRESOS os assassinos, os estupradores, os sequestradores, os narcoterroristas, para que o ditado popular que diz que O CRIME NÃO COMPENSA se torne verdadeiro.

Quando CRIMINOSOS CONDENADOS, são libertados por conta de CHICANAS JURÍDICAS, de PROGRESSÕES DE REGIME absurdas, sendo alguns até mesmo HABILITADOS para concorrer a cargos públicos, o homem comum se envergonha e deserta da justiça, muitas vezes tomando-a em suas próprias mãos.

Como Delegado de Polícia, eu e minha equipe muitas vezes prendemos O MESMO CRIMINOSO mais de duas ou três vezes e vimos ASSASSINOS ceifarem a vítima de TRABALHADORES, roubando-lhes 20, 30, 40 anos de vida, mas sendo beneficiados por uma PROGRESSÃO DE REGIME ABSURDA que os colocou em liberdade após SEIS ANOS.

Nasci pobre! Não nasci em berço de ouro! E como eu MILHARES DE JOVENS lutam para melhorar de vida, para comprar um celular, um carrinho, uma boa roupa, computadores para estudar e são lesados pela ação de CELERADOS, de CRIMINOSOS CONTUMAZES que precisam e devem SER MANTIDOS PRESOS.

Está na hora de mudar!

Aliás, JÁ PASSOU DA HORA DE MUDAR e podemos e devemos FAZER OUVIR A NOSSA VOZ!

Por Ultima Hora em 15/08/2022
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