Envelhecimento: Idades da pele

Envelhecimento: Idades da pele

O envelhecimento é um processo natural, onde ocorrem mudanças biopsicossociais específicas, associadas à passagem do tempo. Está relacionado como um todo, ao fato das células somáticas do corpo começarem a morrer e não serem substituídas por novas, como acontece na juventude. Isso está ligado, entre outros fenômenos, ao envelhecimento celular. 

Fisiologicamente, o envelhecimento está associado a perda de tecido fibroso, a taxa mais lenta de renovação celular e a redução da rede vascular e glandular. A função de barreira que mantém a hidratação celular também fica prejudicada. Dependendo da genética e do estilo de vida, as funções fisiológicas normais da pele podem diminuir em 50% até a meia-idade.  

Como a pele é o órgão que mais reflete os efeitos da passagem do tempo, sua saúde e sua aparência estão diretamente relacionadas aos hábitos alimentares e ao estilo de vida escolhido. A radiação ultravioleta, o excesso de consumo de álcool, o abuso de tabaco e a poluição ambiental, entre outros, são fatores que “aceleram” o trabalho do relógio biológico provocando o envelhecimento precoce. Além disso, o aumento do peso corporal e dos níveis de açúcar no sangue também colabora para a pele envelhecer antes do tempo.   

O envelhecimento cutâneo pode ser caracterizado em: 

Envelhecimento cutâneo intrínseco ou cronológico: é aquele decorrente da passagem natural do tempo, determinado principalmente por fatores genéticos, estado hormonal e reações metabólicas, como estresse oxidativo. Nele estão presentes os efeitos naturais da gravidade ao longo dos anos, como as linhas de expressão, a diminuição da espessura da pele e o ressecamento cutâneo. A pele tem efeitos degenerativos semelhantes aos observados em outros órgãos, mas reflete também certos aspectos da nossa saúde interior, como: 

Genética: com o tempo, as células vão perdendo sua capacidade de se replicar. Este fenômeno é causado por danos no DNA decorrentes da radiação UV, de toxinas ou da deterioração relacionada à idade.   

Hormônios: ao longo dos anos há diminuição no nível dos hormônios sexuais, como estrogênio e testosterona, e dos hormônios do crescimento. Equilíbrio é fundamental quando se fala de hormônios. Em mulheres, a variação nos níveis de estrogênio durante a menopausa é responsável por mudanças cutâneas significativas: o seu declínio prejudica a renovação celular da pele, resultando em afinamento das camadas epidérmicas e dérmicas. 

Estresse oxidativo: desempenha papel central na iniciação e na condução de eventos que causam o envelhecimento da pele. Ele altera os ciclos de renovação celular, causa danos ao DNA que promovem a liberação de mediadores pró-inflamatórios, que, por sua vez, desencadeiam doenças inflamatórias ou reações alérgicas na pele. Chamadas de células de Langerhans (células do sistema imunológico), diminuem com o envelhecimento, afetando a capacidade da pele em se proteger, diminuindo a imunidade e aumentando a incidência de infecções, malignidades e deterioração estrutural. 

Níveis elevados de açúcar no sangue: a glicose é um combustível celular vital. No entanto, a exposição crônica à glicose pode afetar a idade do corpo pela exposição crônica ao açúcar exógeno, nos alimentos, ou endógeno, como no caso do diabetes, podem afetar a idade do nosso corpo. A consequência principal desse processo é o estresse oxidativo celular. 

Envelhecimento extrínseco da pele: é aquele provocado pela exposição ao sol e a outros fatores ambientais como: o estilo de vida (exercício físico, alimentação) e o estresse fisiológico e físico. Um dos agentes mais importantes é a radiação solar ultravioleta. As toxinas com as quais entramos em contato, como tabaco, álcool e poluição do ar, entre outros, também ajudam no processo de envelhecimento da pele e, dependendo do grau de exposição, podem acelerá-lo, como: 

Radiação solar: atua na pele causando desde queimaduras até fotoenvelhecimento e aparecimento de câncer da pele. 

Tabaco: O fumo reduz o fluxo sanguíneo da pele, dificultando a oxigenação dos tecidos. A redução deste fluxo parece contribuir para o envelhecimento precoce da pele e para a formação de rugas. 

Álcool: altera a produção de enzimas e estimula a formação de radicais livres, que causam o envelhecimento. A exceção à regra é o vinho tinto que, se consumido moderadamente, tem ação antirradicais livres, pois é rico em flavonoides e em resveratrol, potentes antioxidantes; 

Movimentos musculares: movimentos repetitivos e contínuos de alguns músculos da face aprofundam as rugas, causando as chamadas marcas de expressão, como as rugas ao redor dos olhos. 

Radicais livres: são uns dos maiores causadores do envelhecimento cutâneo. Os radicais livres se formam dentro das células pela exposição aos raios ultravioleta, pela poluição, estresse, fumo etc. Acredita-se que os radicais livres provocam um estresse oxidativo celular, causando a degradação do colágeno (substância que dá sustentação à pele e têm seu declínio a partir dos 25 anos, em média). 

Bronzeamento artificial: Contraindicado devido as alterações maléficas a nossa pele. 

Alimentação: uma dieta não balanceada contribui para o envelhecimento da pele. Existem elementos que são essenciais e devem ser ingeridos para repor perdas ou para suprir necessidades, quando o organismo não produz a quantidade diária ideal. 

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Prevenção 

O sol é o maior vilão para a pele. As pessoas não sentem, mas o estrago está sendo feito a cada vez que elas ficam morenas do sol – já que a pele se pigmenta para se proteger dele. Todo bronzeamento significa morte celular. Portanto, a ação mais efetiva é o uso diário de filtro solar, principalmente no combate ao envelhecimento prematuro da pele. 

Porém, além do sol, outros fatores podem fazer com que a pele envelheça precocemente, por isso, é importante investir na prevenção.  

Veja algumas dicas: 

Uso diário de protetor solar com FPS 30 (ou superior) não apenas no rosto, mas em toda a pele que não esteja coberta por roupa. O produto deve ser reaplicado regularmente, de preferência a cada 3 horas, conforme as orientações médicas. Mesmo pessoas que já tenham sinais de envelhecimento prematuro na pele podem se beneficiar ao mudar o estilo de vida. Ao proteger a pele do sol, há uma chance de reparar alguns danos. 

Lavar o rosto todos os dias (Manhã e Noite). O acúmulo dos resíduos de suor, da poluição, da maquiagem e de outras substâncias provoca a obstrução dos poros e o surgimento de rugas.  

  • Jamais dormir sem remover a maquiagem. 
  • Adote uma alimentação saudável  
  • Pare de fumar 
  • Evite bebidas alcoólicas em excesso 
  • Pratique exercícios físicos 
  • Procure uma vida equilibrada pensando no seu bem-estar. O estresse e a ansiedade estão crescendo a cada dia e é listado como mal do século XXI, sendo umas das principais causas do envelhecimento precoce nos últimos anos. 

Tratamentos 

Nos últimos 20 anos, pesquisas dentro da indústria de cosméticos e da estética médica têm tido um crescimento exponencial. O ingrediente mais importante de todos na prevenção e nos protocolos de tratamentos do fotoenvelhecimento, é sem dúvida o filtro solar. 

Cremes antienvelhecimento, conseguem melhorar e atenuar os sinais do envelhecimento cutâneo, mas com a incapacidade de conseguirem reverter todos os sinais, simultaneamente, de alterações da pele.  

O uso de suplementos orais e terapias associadas com modulação hormonal, são alternativas eficientes no combate ao envelhecimento precoce, desde que sejam identificadas após avaliação médica, suas indicações.  

Já os tratamentos mais procurados são aqueles que apresentam resultados em um curto espaço de tempo e de baixo risco. Esses incluem lasers, luz intensa pulsada, terapia fotodinâmica, preenchimentos à base de ácido hialurônico, bioestimuladores de colágeno, toxinabotulínica, fios de PDO, intradermoterapia, ultrassom microfocado, peelings químicos, radiofrequência e procedimentos de dermoabrasão.    

Procurar um médico dermatologista para fazer uma análise da pele e das condições de saúde do paciente, e assim, prescrever a terapia adequada para cada caso, é o primeiro passo. Cabe ressaltar que a duração e o resultado de cada tratamento variam conforme o estado geral de saúde e as características de cada paciente. 

Foto: Reprodução/Internet.

  Dra. Patrícia Janoni Médica, Diretora da Clinica Embjanoni                                                                                                                                                                                     

 

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Tribuna da Imprensa Digital e é de total responsabilidade de seus idealizadores. 

 

Por Dra. Patrícia Janoni em 09/04/2021
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