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O escritor e economista Eduardo Moreira explicou por que as offshores de Guedes e Campos Neto são um escândalo. Ele detalhou que os dois trabalharam para que leis sejam mudadas para serem favorecidos. Por conta disso, trata o tema de forma muito séria e que a dupla precisa ser responsabilizada.
“Resumo pra facilitar: Os dois principais responsáveis por combater a desigualdade no país e fiscalizar o sistema financeiro têm conta em paraísos fiscais onde não se paga impostos e esconde-se recursos. E estão promovendo mudanças na lei a seu favor. Escândalo pouco é bobagem”, escreveu.
Em 24 de setembro de 2014, com o mercado financeiro cada vez mais agitado diante da iminência da reeleição de Dilma Rousseff (PT), o Banco Central interveio para conter a alta do dólar.
No dia seguinte, o economista Paulo Guedes, então sócio da Bozano Investimentos, uma gestora de recursos, tomou uma providência para manter parte da sua fortuna longe das turbulências da economia brasileira: fundou a Dreadnoughts International, uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal no Caribe.
Nos meses seguintes, ele aportaria US$ 9,54 milhões — o equivalente, hoje, a mais de R$ 50 milhões — na conta da offshore, numa agência do banco Crédit Suisse, em Nova York.
Guedes e o lucro de R$ 14 milhões
Paulo Guedes, ministro da Economia, pode ter lucrado R$ 14 milhões com o alto preço do dólar. Todo esse lucro teria ocorrido na gestão dele no governo federal. Ele mantém offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, segundo informações reveladas pelo Pandora Papers.
Quando foi chamado para fazer parte do governo Bolsonaro, o ministro tinha R$ 37 milhões. Na época, o dólar estava em R$ 3,85. Atualmente, a cotação é de R$ 5,37. Sendo assim, o montante agora está valendo R$ 51,3 milhões.
Ele é responsável por cuidar das antigas pastas da Fazenda, do Planejamento e do Comércio Exterior, além de outras ações. Por conta disso, suas atitudes possuem impacto direto na cotação do dólar, segundo o Metropoles.
Em março de 2020, quando a pandemia da Covid-19 ainda estava começando, o ministro declarou que a cotação da moeda poderia ficar perto dos R$ 5. Para isso, ele precisaria fazer muitas besteiras. E acabou fazendo.
A revelação d offshore fez com que o líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB), pediu uma ação de improbidade no MP contra Guedes. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que também tem uma offshore.
Participaram da investigação a revista Piauí, a Agência Pública, o Poder360 e o Metrópoles. Tudo em parceria com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos.
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