EXECUTIVO X JUDICIÁRIO: Claúdio Castro reage com indignação à decisão de juíza que proibiu a ação preventiva da polícia: “Primeiro se espanca, mata e depois se atua? Pode isso estar certo?”

EXECUTIVO X JUDICIÁRIO: Claúdio Castro reage com indignação à decisão de juíza que proibiu a ação preventiva da polícia: “Primeiro se espanca, mata e depois se atua? Pode isso estar certo?”

CAOS NO VERÃO. Juíza alega que carioca gosta de pé na areia, vento no rosto, surf e funk para justificar decisão que impede a apreensão preventiva de menores

Via Agenda do Poder

Pobre população do Rio de Janeiro. Encurralada pela ação reincidente de gangues que disseminam o terror em praias e ruas da Zona Sul, a sociedade fluminense continuará fadada a conviver com esse martírio cotidiano.

A Justiça proibiu a ação preventiva da polícia nos acessos à praia, determinando a suspensão da apreensão de menores – mesmo aqueles fardados para crime com as notórias camisetas pretas – durante a operação verão. Somente em flagrante delito a polícia poderá agir: ou seja, após o crime ter sido consumado. Primeiro se espanca ou mata para em seguida a polícia poder atuar.

A decisão, é da juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita, titular da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, que atendeu a uma ação civil pública do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).

Segundo magistrada, a ação preventiva da polícia com a apreensão de menores, “cinge o Rio de Janeiro, quebra a alma do carioca, hospitaleiro, gentil, alegre. O carioca que gosta de pé na areia, vento no rosto, surf, samba, funk, skate; que joga altinha, futebol, vôlei, tênis, tudo isso, no espaço da praia”.

Em seu despacho, a juíza vê na ação policial preventiva a “presença de racismo estrutural. Segundo ela, o racismo estrutural é muito maior do que o preconceito racial e exige que seja reconhecido para ser combatido e revertido.

Diante da deliberação da justiça, pouco ou quase nada pode ser feito para evitar o caos em Copacabana durante o verão. O Rio de janeiro continuará condenado a conviver com situações como a jovem que matou o fã de Taylor Swift 24 horas após ser liberado de uma prisão por conta do roubo de chocantes.

As gangues, com participação ostensiva de menores, continuarão a agir. E somente poderão ser reprimidas após o crime ter sido pratico: ou seja após a agressão a um idoso, o golpe com um instrumento cortante ou mesmo a morte de uma vítima como fã da cantora.

Somente num fim de semana, na ação preventiva em ônibus, foram apreendidos mais de 30 facas e outros objetos cortantes – instrumentos que seriam usados certamente para a prática criminosa.

Na decisão, Lysia Maria determinou que prefeitura e estado “se abstenham de apreender e conduzir adolescentes a delegacias ou a serviços de acolhimento, senão em hipótese de flagrante de ato infracional, ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária”.Também está proibido conduzir crianças e adolescentes “para simples verificação da existência de mandado de busca e apreensão”.

Em resumo, quase nada pode ser feito preventivamente pela polícia.

A juíza impôs multa de R$ 5 mil por criança ou adolescente recolhido de forma ilegal. A magistrada afirmou, em sua decisão, que a Operação Verão “acabou por violar direitos individuais e coletivos de crianças e adolescentes de uma camada específica de nossa sociedade”.

“Verifica-se pelos relatórios encaminhados pelas centrais de recepção de adolescentes e crianças em situação de vulnerabilidade que adolescentes foram impedidos de ir à praia ao serem interceptados antes da chegada; outros foram recolhidos ao chegar na praia levados para identificação e sarqueamento [levantamento da ficha criminal], e lá permaneceram até a chegada do responsável; em alguns casos, a criança estava acompanhada do responsável e ainda assim foi recolhida”, descreveu Lysia Maria.

O quadro decorrente da decisão é preocupante. Impede por completo o policiamento preventivo e deixa os moradores da orla, especialmente de Copacabana, à mercê da violência das gangues que aterrorizam a cidade. Caso haja a repetição de situações como a do empresário espancado e roubado no bairro não se pode falar na falta de ação policial preventiva. Neste caso, a Justiça também deve ser responsabilizada.

O governador Cláudio Castro afirmou nesta sexta-feira que vai recorrer da decisão da juíza Lysia Maria da Rocha Mesquita, titular da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso, que proibiu a ação preventiva da polícia com a apreensão de menores durante a operação Verão.

Em postagem nas redes sociais, Castro reagiu com indignação:

“Pela decisão primeiro se espanca, mata e depois se atua? Pode isso estar certo? Óbvio que não! Vamos recorrer imediatamente dessa decisão”, escreveu

Leia a íntegra da postagem de Cláudio Castro:

“Acato e respeito a decisão da Justiça que proibiu as polícias de trabalharem de forma preventiva na Operação Verão – orla das praias.

Vamos recorrer porque a decisão está errada! O princípio fundamental  da segurança pública é a prevenção, que foi sequestrada nesta decisão.

Pela decisão primeiro se espanca, mata e depois se atua? Pode isso estar certo? Óbvio que não! Vamos recorrer imediatamente dessa decisão.”

Por Ultima Hora em 15/12/2023

Comentários

  • Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Notícias Relacionadas

Quem é Filipe Martins, o assessor muito especial de Jair Bolsonaro
23 de Setembro de 2023

Quem é Filipe Martins, o assessor muito especial de Jair Bolsonaro

O que é a 'Craco Resiste', alvo de CPI em São Paulo que mira ONGs e padre Julio Lancellotti
11 de Janeiro de 2024

O que é a 'Craco Resiste', alvo de CPI em São Paulo que mira ONGs e padre Julio Lancellotti

STJ Determina que Plano de Saúde Forneça Bomba de Insulina
18 de Novembro de 2024

STJ Determina que Plano de Saúde Forneça Bomba de Insulina

As razões para os brasileiros reivindicarem uma Constituinte
24 de Setembro de 2023

As razões para os brasileiros reivindicarem uma Constituinte

Aguarde..