Exposição de Arte e Cultura em SP contará as jornadas heroicas de artesãos e suas obras

Exposição de Arte e Cultura em SP contará as jornadas heroicas de artesãos e suas obras

  Relatos de artesãos que sustentam famílias e enfrentam dificuldades de acesso estarão em destaque na exposição em São Paulo. Indígenas que mantêm suas comunidades pela arte estarão presentes, compartilhando suas histórias de vida.

Artistas, artesãos e mestres de todo o Brasil, com jornadas heroicas e histórias emocionantes, estarão em São Paulo para divulgar seus trabalhos durante o 18º Salão do Artesanato, que ocorrerá entre os dias 28 de agosto a 1º de setembro, das 11h às 21h, no Pavilhão da Bienal - São Paulo.

Entre os participantes estarão:

JOIAS DO QUILOMBO - Ituberá – BA

O grupo de artesãs Joias do Quilombo está situado na zona rural de Lagoa Santa, na Bahia. Trabalha há mais de 15 anos com o artesanato em piaçava. A matéria-prima é retirada da natureza anualmente, sem agredir a palmeira e a Mata Atlântica, para que ela mantenha sua produção natural em harmonia com o meio ambiente. A comunidade transforma a piaçava em diversos produtos da moda feminina, decorativos e utilitários, agregando ao grupo uma condição digna de vida.

ARTESANATO MONTE ALEGRE - Jeremoabo – BA

A Associação União de Mulheres de Monte Alegre (AUMMA) fica no povoado de Monte Alegre, em Jeremoabo, BA, e é comandada por mulheres determinadas e mães de família que fizeram do artesanato seu sustento. Os fios de algodão são transformados por meio dos enormes teares manuais de pedal, produzindo mantas, redes, tapetes e almofadas. Há 19 anos, o grupo tem a tecelagem manual como fonte financeira e ensina o ofício para as jovens locais.

ECO MURAKI - Manaus – AM

O grupo Surisawa-Muraki é genuinamente indígena e pertence ao povo Baré, na Comunidade Indígena Nova Esperança (Baixo Rio Negro). Suas criações incluem produtos à base de fibras, cipós, sementes e resíduos de madeiras para produção de biojoias e objetos decorativos que retratam a biodiversidade amazônica, devolvendo vida aos materiais que a própria natureza lhes cedeu, como árvores caídas e sementes após a safra.

ROSA CHOTA DÁVILA - Benjamin Constant – AM

O artesanato é a chave que abre o empoderamento para mulheres da Comunidade Bom Caminho, em Benjamin Constant, onde Rosa Chota materializa as tradições da etnia Ticuna por meio da manualidade ancestral. Seu trabalho carrega a delicadeza do trançado com fibras de arumã, tucum, sementes de jarina, paxiúba, buriti e açaí, e madeiras cujo beneficiamento transforma material orgânico em máscaras, cuias, bolsas, bancos, onças e outros itens nobres.

ASSOCIAÇÃO DOS ARTESÃOS DO CAPIM DOURADO PONTEALTENSE - Ponte Alta do Tocantins – TO

A associação trabalha há 19 anos utilizando capim-dourado como matéria-prima, com manejo sustentável e geração de renda. As associadas adquirem capim-dourado de extrativistas autorizados pelos órgãos competentes para a colheita. Produzem jarros, cestos, fruteiras, sousplats, porta-copos, biojoias, mandalas e outros utensílios de decoração. A associação gera renda para os artesãos e preserva nas técnicas utilizadas uma tradição cultural da região, único lugar do planeta que possui o capim-dourado com tamanha beleza e brilho.

ARTES GERAR E EVENTOS - Barra – BA

Mestre Gerar cria esculturas de santos católicos e orixás, seguindo uma linguagem mais barroca, utilizando a paleta de cores por meio do Tauá e da tabatinga (argilas encontradas nas margens do Rio Grande e do São Francisco), que valorizam ainda mais a expressão das esculturas modeladas pelo artesão. Além disso, exerce um papel socioeducativo com a comunidade carente, passando para os jovens, por meio da arte, valores culturais e uma forma de gerar renda, mantendo viva a tradição que atravessa gerações.

ARTE EM OSSO - Jardim – MS

O projeto Arte em Osso, liderado por Edson Cesar desde 2004, dá uma destinação nobre para o osso bovino coletado em açougues credenciados, transformando lixo em luxo. Criando arte a partir de um subproduto que era um problema de saúde pública, traz dignidade para os artesãos envolvidos e sustentabilidade ambiental para o território. Hoje, o trabalho do grupo leva o nome do município e do estado a todos os cantos do Brasil.

MONICA CARVALHO - Rio de Janeiro – RJ

O Atelier Monica Carvalho vem contribuindo desde 1998 na conscientização da preservação da flora por meio do artesanato. De professora de inglês a dedicação total ao artesanato, hoje emprega muitas pessoas direta e indiretamente e tem certeza que mudou a vida das pessoas que estão ao redor. Emprega autistas, transsexuais, entre outras pessoas que, até então, não tinham oportunidade. Sementes, fibras, pedras e toda sorte de sobras orgânicas são resgatadas de forma consciente e sustentável, transformadas em painéis, esculturas, objetos de decoração, bolsas e bijoux. Tendo como suporte as técnicas artesanais perpetuadas por povos tradicionais, o resultado é um trabalho sofisticado, contemporâneo, que alerta para a urgência de uma nova postura e responsabilidade para com o planeta.

A Associação de Mulheres Artesãs Ticunas de Bom Caminho (AMATU) Na região do Alto Solimões, a associação se tornou uma forma de encaminhar esses artesanatos fabricados para um maior público consumidor, colocando as artesãs numa posição em que podem garantir o sustento de suas famílias.

As rendeiras, um grupo de artesãs da Colônia de Pescadores São Pedro – Z-3, localizada no extremo sul do Brasil, transformam lixo em arte, reciclando escamas de peixe, redes de pesca e couro de peixe.

A formação do grupo contou com orientação do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae/RS), que auxiliou na execução do planejamento de cada etapa do projeto, na criação das peças e na administração da coleção. Vivem numa colônia de pescadores e sustentam as famílias ligadas à pesca. Na colônia, onde vivem cerca de 5 mil pessoas, o cotidiano gira em torno das águas da bela Laguna dos Patos.

Difícil Acesso

De acordo com Rômulo Mendonça, diretor da Rome Eventos, organizadora do 18º Salão do Artesanato, há participação de grupos do Amazonas, Amapá, e Acre, que são de comunidades indígenas com acesso limitado a barcos, que levam de três a cinco dias para chegar às capitais, de onde são despachados para o evento.

A centralização de cadastro de artesãos é feita pelo Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), que, por meio das Coordenações Estaduais, realiza o cadastramento e certificação dos artesãos em todo o Brasil. Segundo dados do PAB, o maior número de artesãos é do estado do Ceará, com 21.251 cadastrados; seguido pela Bahia, com 18.382; Alagoas, com 17.115; Rio de Janeiro, com 17.652; e Pernambuco, com 14.860. São Paulo tem 9.735 artesãos cadastrados na base do SICAF, e o estado com o menor número é o Amapá, com 1.066 artesãos.

ROME EVENTOS

Empresa especializada na promoção, planejamento, organização e coordenação de eventos, com foco em feiras comerciais, há 30 anos no mercado. Promotora das maiores e mais tradicionais feiras de Brasília, Expotchê, com 31 edições, e o Salão do Artesanato, com 17 edições realizadas.

Serviço: 18º Salão do Artesanato Dias: 28 de agosto a 1º de setembro – das 11h às 21h Pavilhão da Bienal - São Paulo ENTRADA FRANCA LIVRE PARA TODAS AS IDADES Entrada franca - www.salaodoartesanato.com.br

Por Ultima Hora em 31/07/2024
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