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Preso há mais de 20 anos, Fernandinho Beira-Mar é acusado de comandar uma quadrilha de roubo de cargas na baixada fluminense. O prejuízo estimado é de aproximadamente 4 milhões de reais.
A ação faz parte da 2ª fase da Operação Torniquete, que tenta coibir roubos, furtos e receptação de cargas e de veículos.
O relatório mostrou que os criminosos montavam emboscadas em rodovias estratégicas como a Avenida Brasil e a Rodovia Washington Luís para realizar os assaltos. O bando usava bloqueadores de sinal para evitar que a carga fosse rastreada via satélite.
Beira-Mar está atrás das grades desde 2001 e suas condenações somam mais de 300 anos de prisão. Ao todo, ele é citado em 89 processos no país.
Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão no presídio de Federal de Catanduvas, onde ele está detido desde março de 2024.
Traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, durante julgamento no Rio de Janeiro em 2015. Ele acumula 300 anos em penas. Imagem: Ricardo Borges/Folhapress
O criminoso é apontado como um dos chefes do Comando Vermelho, facção criminosa fundada nos anos 1970 em um presídio de Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
Beira-Mar foi o traficante mais procurado do Brasil no início dos anos 2000. Ele foi preso em uma floresta na Colômbia. Foto: arquivo Reuters.
O grupo atua em comunidades Cangulo, Rua Sete, Jardim Ana Clara e Parque das Missões, todas em Duque de Caxias.
Dois acusados foram presos em flagrante com uma moto roubada, rádios transmissores e drogas.
Lucro ou falta de oportunidade?
O caso envolvendo Fernandinho Beira-Mar é um exemplo de como a reincidência criminal desafia a justiça brasileira.
Uma tese de doutorado da PUC-MG de 2017 sugere que a estrutura social agrava a situação.
O estudo indica que o governo deve implementar políticas públicas de educação e a formação profissional dos presos. Além disso, defende o desenvolvimento de programas de ressocialização mais eficientes.
Por outro lado, o procurador de Justiça do Ministério Público do Rio, Marcelo Rocha Monteiro, explica que o problema está na sensação de impunidade. Em entrevista exclusiva ao especial A Segurança Pública um ano depois de Entre Lobos, ele disse:
“O crime é uma escolha racional. O criminoso avalia essencialmente duas coisas: quais são as chances de ser punido pela infração cometida e qual é a severidade dessa punição. Em outras palavras, ele considera a probabilidade de ser preso e as possíveis consequências legais de seus atos”.
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