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A política na Baixada Fluminense virou palco de um escândalo que mistura candidaturas de fachada, dinheiro de campanha circulando de um lado para o outro e investigações que se arrastam enquanto todo mundo finge que nada aconteceu. Em Nilópolis e Nova Iguaçu, as eleições de 2024 deixaram rastros de uma fraude eleitoral que pode acabar mudando a composição das câmaras municipais.
Nilópolis: Saco de dinheiro e fraude na cota
Em Nilópolis, a Polícia Federal bateu à porta de políticos da cidade e encontrou um esquema que incluía compra de votos, candidaturas fantasmas e muito dinheiro suspeito. O prefeito Abraãozinho foi um dos alvos da Operação Astreia, que apontou desvio de recursos eleitorais e uso da cota de gênero para burlar a legislação. O cenário? Mulheres registradas como candidatas só para bater a meta de 30%, mas sem intenção real de disputar a eleição.
Nova Iguaçu: Voto zerado e dinheiro rodando
Em Nova Iguaçu, a história não é diferente. Ingrid Benedito e Karen Santos, ambas candidatas pelo PSDB-Cidadania, entraram na disputa, mas nem o próprio voto receberam. Como pode alguém se candidatar e nem o próprio número digitar na urna? O detalhe que chama atenção é que Karen ainda recebeu R$ 9,4 mil do fundo partidário, mas, em vez de usar na sua campanha, espalhou o dinheiro entre outras candidatas de diferentes partidos, incluindo uma do PSD. A Justiça Eleitoral proíbe esse tipo de repasse, mas, até agora, o Ministério Público Eleitoral e as zonas 156ª e 159ª seguem jogando o processo de um lado para o outro.
As chamadas “candidaturas laranja” estão enquadradas no crime de falsidade ideológica eleitoral, previsto na Lei nº 4.737. A punição prevista pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é a cassação de todos os candidatos da coligação que foram beneficiados, já que, se não fosse pela fraude, esses nomes não seriam eleitos. Ou seja, o golpe pode custar caro para quem achou que ia passar despercebido.
Marquinhos do Chapéu de olho na cadeira
Se essa fraude for confirmada, as candidaturas envolvidas podem ser anuladas, o que pode abrir caminho para novos vereadores assumirem. E quem está na fila? Marquinhos do Chapéu, que já vê a possibilidade de puxar a cadeira na Câmara Municipal de Nova Iguaçu.
A lei é clara, e ministros como Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes já deixaram claro que não tem "jeitinho" para esse tipo de golpe. O problema é que, enquanto a Justiça não decide, quem apostou na fraude segue ganhando tempo. Mas até quando?
Por: Arinos Monge.
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