Frente Parlamentar mista para discutir Complexo Econômico e Industrial da Saúde

Frente Parlamentar mista para discutir Complexo Econômico e Industrial da Saúde

A Comissão de Economia, Indústria e Comércio, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), propôs a criação de uma frente parlamentar mista para elaborar uma estratégia de desenvolvimento para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde no estado. A sugestão foi apresentada pela deputada Célia Jordão (PL), integrante da comissão, que conduziu a audiência pública realizada nesta quinta-feira (04/05), que abordou esse tema. A proposta surgiu após a análise do ex-ministro da Saúde e médico sanitarista da Fiocruz, José Gomes Temporão, sobre o assunto, na sede do Parlamento Fluminense.

“Estamos à frente de muitos obstáculos, mas prefiro encarar tudo como um grande desafio. E me marcou muito a fala do Temporão em que ele afirma a necessidade de uma união, entre entes da federação, dos municípios e do estado, para que possamos avançar em estruturas políticas efetivas para tirar do papel a ideia do nosso complexo da saúde. Não vejo alternativa mais prática do que essa: a criação de uma frente parlamentar mista. Ela não seria composta apenas por deputados, mas também por convidados do Executivo, entidades privadas, academia e indústrias. Quando você tem mais cabeças pensando sobre o tema, existe mais força para pressionar mudanças. Esse é um momento propício para tirarmos isso do papel”, argumentou Célia Jordão

Segundo Temporão, nos anos 70, cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país vinha do setor farmacêutico e farmoquímico, enquanto hoje apenas 11% do PIB é procedente desse setor. “O Brasil passou muito tempo sem olhar para dentro e muita coisa aconteceu e perdemos espaço para o mercado estrangeiro”, afirmou o ex-ministro. No entanto, Temporão disse que houve uma virada de chave com a pandemia e que hoje já existe uma preocupação mais acentuada sobre o assunto a nível federal. “O país ficou de joelhos e vulnerável quando o mercado externo se fechou e a gente precisou se movimentar para criar alternativas a fim de promover o pleno desenvolvimento da saúde como um direito de todos e dever do estado”, afirmou

Com isso, o cenário se torna favorável para o Rio de Janeiro, segundo Temporão. “O Rio tem a Fiocruz, as melhores universidades e centros de pesquisa, mas essas frentes nunca trabalharam de forma integrada e é isso que precisa mudar. Temos que criar institucionalidade para isso. E essa frente parlamentar mista pode ser um importante passo para isso”, disse.

O diretor da Assessoria Fiscal da Alerj, o economista Mauro Osório, concordou com o ex-ministro e acrescentou que das 80 unidades hospitalares federais do Brasil, 34 estão no Rio, mas reforçou que elas precisam estar integradas também com as unidades estaduais e municipais. “Esse é um ponto crítico que precisa ser revisto para que a gente avance. Precisamos reestruturar o setor público. Desde 2000, não temos uma indústria farmacêutica e farmoquímica vindo pra cá. Muita coisa na área da saúde deveria ficar aqui, mas não fica”, afirmou Osório.

Governo olhando para dentro

O Governo do Estado tem se movimentado e preparado um plano estratégico para impulsionar o setor, lembrou o secretário de Estado de Planejamento (Seplag), Nelson Rocha, durante a reunião. “Quando começamos a elaborar o Plano Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Pedes) identificamos de imediato a necessidade de impulsionar o complexo da saúde. Se a gente falar do Imposto Sobre Serviço (ISS), o setor de saúde representa 24% do total arrecadado só pela prefeitura do Rio. Ou seja, que mercado é esse que estamos falando que é tão expressivo? Isso precisa ter atenção da União”, disse Rocha.

O secretário pediu a Temporão ajuda na interlocução com o Governo Federal para alavancar o setor e antecipou que o Executivo vai fazer discussões regionais sobre o tema. “Queremos pensar em estratégias específicas para cada região. Esse governo está atento a isso e não podemos perder a nossa capacidade de geração de receitas para as empresas e consequentemente de ICMS para o estado”, concluiu Nelson Rocha.

Estiveram presentes também à reunião os deputados Anderson Moraes (PL), presidente da Comissão de Economia; Tande Vieira (PP), presidente da Comissão de Saúde; Martha Rocha (PDT), Elika Takimoto (PT), Luiz Paulo (PSD), Flávio Serafini (PSol), Tia Ju (Rep) e Dani Balbi (PCdoB).

 

Por Ultima Hora em 08/05/2023

Comentários

  • Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Notícias Relacionadas

SURTO: Varíola do macaco atinge 12 países e assusta o planeta
23 de Maio de 2022

SURTO: Varíola do macaco atinge 12 países e assusta o planeta

Pele flácida e sensação de derretimento? Ultraformer da Faccia Armonica Jacarepaguá revoluciona tratamento!
13 de Abril de 2025

Pele flácida e sensação de derretimento? Ultraformer da Faccia Armonica Jacarepaguá revoluciona tratamento!

Prefeitura inaugura Polo de Oftalmologia de Meriti
29 de Fevereiro de 2024

Prefeitura inaugura Polo de Oftalmologia de Meriti

Fazenda da Vida em destaque: Bruno Muniz e Augusto Penteado revelam os Segredos da Tilápia Mangaratiba e do Shot Superfood
18 de Novembro de 2023

Fazenda da Vida em destaque: Bruno Muniz e Augusto Penteado revelam os Segredos da Tilápia Mangaratiba e do Shot Superfood

Aguarde..