Fuga da Violência: Êxodo de Motoristas de Ônibus no Rio e Baixada Fluminense Aumenta 40% em 2023
Rio de Janeiro, 29 de fevereiro de 2024 – A violência urbana se configura como um desafio cada vez mais urgente no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense, com impactos diretos na qualidade de vida da população. Um dos setores mais afetados é o transporte público, que enfrenta um crescente êxodo de motoristas de ônibus. Em 2023, o número de profissionais que abandonaram a profissão saltou de 140 para 200, um aumento de 40%, segundo dados do Sindicato dos Rodoviários.
Realidade Cruel nas Inspetorias:
A análise por inspetoria revela disparidades no cenário de violência, com áreas que concentram um número significativamente maior de casos:
Região Metropolitana do Rio de Janeiro:
- Inspetoria Rio Niterói: 50 motoristas, um aumento de 60% em relação a 2022.
- Inspetoria Campo Grande: 45 motoristas, um aumento de 45%.
- Inspetoria Madureira: 35 motoristas, um aumento de 30%.
- Inspetoria Bangu: 30 motoristas, um aumento de 25%.
- Outras inspetorias: 40 motoristas, um aumento de 35%.
Baixada Fluminense:
- Inspetoria Duque de Caxias: 25 motoristas, um aumento de 50% em relação a 2022.
- Inspetoria Nova Iguaçu: 20 motoristas, um aumento de 40%.
- Inspetoria São João de Meriti: 15 motoristas, um aumento de 30%.
- Outras inspetorias: 20 motoristas, um aumento de 35%.
Consequências para a População:
A fuga dos motoristas de ônibus gera impactos negativos para a população, como:
- Aumento do tempo de espera: Em média, 25% a mais do que em 2022.
- Redução da frequência de viagens: Queda de 20% na oferta de viagens em algumas áreas.
- Lotação dos ônibus: Aumento de 30% na lotação em horários de pico.
- Dificuldades de locomoção: Impacto no acesso ao trabalho, estudo, saúde e lazer, especialmente para as camadas mais necessitadas.
- Aumento da insegurança: A falta de transporte público contribui para o aumento da insegurança nas ruas.
Motivações para o Êxodo:
Os principais motivos que levam os motoristas a abandonarem a profissão são:
- Violência: Assaltos, agressões e sequestros. Em 2023, houve um aumento de 50% nos casos de violência contra motoristas.
- Condições precárias de trabalho: Jornadas longas, baixos salários e falta de segurança.
- Falta de reconhecimento: A categoria se sente desvalorizada e sem perspectivas de futuro.
Medidas Necessárias para Reverter o Cenário:
Para enfrentar o problema, é fundamental a implementação de medidas que:
- Aumentem a segurança:
- Intensificação do policiamento ostensivo nas áreas de risco.
- Instalação de câmeras de segurança em todos os ônibus.
- Treinamento em segurança para os motoristas.
- Criação de uma força-tarefa especializada na investigação de crimes contra motoristas de ônibus.
- Melhorem as condições de trabalho:
- Redução da jornada de trabalho.
- Aumento dos salários.
- Implementação de programas de saúde mental.
- Melhoria da infraestrutura das garagens e dos terminais de ônibus.
- Valorizem a profissão:
- Campanhas de conscientização sobre a importância do trabalho dos motoristas de ônibus.
- Reconhecimento social da categoria.
- Criação de um plano de carreira para os motoristas de ônibus.
O êxodo de motoristas de ônibus no Rio de Janeiro e na Baixada Fluminense é um problema grave que exige medidas urgentes por parte das autoridades públicas, empresas de ônibus e da sociedade civil. A implementação de medidas que combatam a violência, melhore as condições de trabalho e valorizem a profissão.
Por: Arinos Monge.
Por Coluna Arinos Monge em 29/02/2024