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Por Serguei Monin — Brasil de Fato
O chefe das tropas russas de Proteção Nuclear, Química e Biológica (RCBZ), general Igor Kirillov, foi morto nesta terça-feira (17) após uma explosão de bomba em Moscou. Na véspera, ele havia sido acusado pela Ucrânia de ser responsável pelo uso de armas químicas contra tropas ucranianas.
Segundo fonte do Serviço de Segurança da Ucrânia, citada por diversas publicações na mídia nesta terça-feira (17), a agência de inteligência ucraniana estaria por trás do ataque. “O Serviço de Segurança da Ucrânia matou o tenente-general russo Igor Kirillov durante uma operação especial em Moscou”, disse a fonte.
A explosão ocorreu por volta das 6h (horário de Moscou) no pátio de um prédio residencial em Moscou, matando o general Kirillov e seu assistente. A bomba foi instalada em um patinete elétrico que estava parado em frente à portaria do edifício e explodiu quando eles saíram do prédio.
Investigadores trabalham no local da explosão, que matou o comandante Igor Kirillov, e seu assistente, em Moscou, em 17 de dezembro de 2024 (Foto: Alexander Nemenov/AFP)
As informações foram divulgadas pelo Comitê de Investigação da Federação Russa, que abriu um processo criminal sob os artigos de terrorismo, assassinato e tráfico ilegal de armas.
Já o Serviço de Segurança da Ucrânia, na véspera de sua morte, abriu um processo criminal contra o general Igor Kirillov, acusando-o de “usar armas químicas” contra os militares ucranianos. A inteligência ucraniana declarou o general suspeito no caso de “uso massivo” de armas químicas proibidas “nas frentes leste e sul da Ucrânia”, alegando que estes fatos foram confirmados por dois laboratórios independentes da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
Anteriormente, o general Kirillov havia acusado a Ucrânia de envolvimento no desenvolvimento de armas biológicas e químicas. Desde o início da guerra da Ucrânia, Kirillov vinha regularmente realizando briefings no Ministério da Defesa, ganhando notoriedade com acusações contra os EUA e a Ucrânia de desenvolver laboratórios com armas biológicas em Kiev.
Em agosto de 2023, por exemplo, o general russo declarou que os EUA teriam criado um “departamento de preparação para pandemias” e estavam preparando uma nova pandemia “através de vírus mutantes’. Em dezembro do mesmo ano, Kirillov afirmou que novos documentos foram encontrados em laboratórios ucraniano indicando “a natureza perigosa das atividades biológicas do Pentágono”.
Atentados com bomba
Não é a primeira vez durante o conflito com a Ucrânia que militares ou figuras públicas russas que apoiavam a guerra foram alvos de atentados a bomba.
Um dos casos mais notórios foi a morte da filha do ideólogo Alexander Dugin, Daria Dugina, em agosto de 2022, durante explosão de carro. Em abril de 2023, o blogueiro militar pró-Kremlin, Maxim Fomin, foi morto numa explosão em um café de São Petersburgo. Em julho de 2024, um carro explodiu em Moscou e o oficial do Estado-Maior General das Forças Armadas Russas, Andrei Torgashov, ficou ferido.
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