Golpe do alvará: Hackers do crime 'Editam' penas e soltam presos de facções

Golpe do alvará: Hackers do crime 'Editam' penas e soltam presos de facções

Quadrilha fraudou sistema do CNJ para botar na rua membros do Comando Vermelho e PCC; alguns já sumiram no mundo

A Polícia Federal bateu na porta de um esquema de primeira linha: hackers do crime invadiram os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e mexeram onde não deviam. O golpe? "Editar" sentenças e soltar presos de alta periculosidade como quem preenche um formulário online.

Na jogada estavam advogados e comparsas que alteravam dados das penas, criavam documentos falsos e faziam tudo parecer oficial. O resultado? Criminosos do Comando Vermelho (CV) e do Primeiro Comando da Capital (PCC), condenados a mais de 60 anos, ganharam a liberdade antes da hora. Mas não parou por aí: mal pisavam na rua, arrancavam a tornozeleira eletrônica e sumiam no mapa.

O crime organizado, versão digital

O CNJ percebeu a maracutaia quando começou a ver processos de execução penal com datas de progressão de regime fora do normal. O alerta acendeu, chamaram a Polícia Federal, e a casa começou a cair. Até agora, 15 casos foram identificados, mas os investigadores acreditam que pode ter muito mais peixe grande envolvido nessa água turva.

O esquema era quase um "Pix de Liberdade": os criminosos entravam no sistema, mudavam as penas, assinavam digitalmente documentos falsos e pronto – alvará de soltura na mão. Com um clique, bandidos de alta periculosidade trocavam o regime fechado pelo semiaberto, e a gente sabe bem o que acontece depois: tornozeleira rasgada e sumiço garantido.

PF na cola dos golpistas

Para desmontar essa farra, a Polícia Federal cumpriu oito mandados de busca e apreensão em Goiânia (GO), onde boa parte da quadrilha operava. Agora, querem saber quem mais está nessa jogada suja – e se tem funcionário do próprio Judiciário envolvido.

Entre os beneficiados, traficantes, homicidas e assaltantes de banco, gente que não era pra ver a luz do dia tão cedo. Mas, com um esquema desses, a liberdade virou questão de um "enter".

E a segurança do sistema, cadê?

Se um grupo criminoso conseguiu burlar o sistema do CNJ e mexer nas sentenças sem levantar suspeita de cara, imagina o que mais pode estar vulnerável? O Judiciário agora corre pra reforçar a segurança digital, mas a verdade é que o estrago já foi feito.

No fim das contas, a pergunta que fica é: se o crime tem hackers desse nível, será que a Justiça tá preparada pra jogar esse jogo?

Por: Arinos Monge. 

Por Ultima Hora em 13/02/2025
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