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"O desaparecimento é doloroso. É uma morte silenciosa, onde o luto não termina, e que torna vítima toda uma família" (Jovita Belford, mãe de Priscila, desaparecida há 20 anos). No Rio de Janeiro, os números mostram a urgência de se trabalhar com a prevenção, foram 5.815 pessoas desaparecidas em 2023, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Por essa razão, nesta Semana de Mobilização Nacional de Busca e Defesa da Criança Desaparecida, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos e a Defensoria Pública do Estado, em parceria com o Metrô Rio, fazem uma ação de alerta sobre a importância de prevenir novos casos e de agir rápido em casos de desaparecimento avisando as autoridades competentes.
Nesta quarta-feira (27/03), de 9h às 13h, na estação Carioca/Centro do MetrôRio, haverá uma grande mobilização com a distribuição de material informativo. Quando necessário, será possível encaminhamento de casos para as redes de atendimento. O trabalho de conscientização para o público e atendimento presencial a eventuais casos será realizado pela Defensoria Pública, pela Superintendência de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas e Acesso à Documentação Básica e pela Fundação de Apoio à Criança e Adolescente (FIA).
- É de suma importância as parcerias que realizamos, pois, com isso, ocorre uma maior mobilização da sociedade para a localização de crianças e adolescentes desaparecidos. O grande objetivo do nosso Programa SOS Crianças Desaparecidas é diminuir, ao máximo, o número de casos ao ponto de atuar prioritariamente em ações de prevenção, explica Fernanda Lessa, presidente da FIA-RJ.
O evento contará com equipe técnica e representantes das entidades que disponibilizarão acesso à documentação básica, distribuição de cartilha informativa, conscientização a respeito da data, pulseiras de identificação para crianças - uma ferramenta importantíssima utilizada pelo Governo do Estado para eventos com grande circulação de pessoas -, além da escuta ativa quando necessário.
Números alertam
De acordo com o ISP, em 2022, 5.255 pessoas desapareceram, sendo que 23,9% eram crianças e adolescentes na faixa de 0 a 17 anos. Desse total, 71% são crianças pretas e pardas. Para o defensor Rodrigo Azambuja esse fato revela o racismo estrutural que vivemos em nossa sociedade.
- Essa sobrerepresentação de crianças negras desaparecidas reforça e escancara o racismo que existe na sociedade e faz com que meninos e meninas negras estejam mais vulneráveis a violações de direitos - disse o defensor.
Rede de enfrentamento ao desaparecimento de pessoas
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos possui uma rede de enfrentamento ao desaparecimento de pessoas, acesso à documentação básica e suporte às famílias de desaparecidos, por meio dos programas e equipamentos permanentes de atendimento ao público, como o Núcleo de Atendimento a Familiares de Desaparecidos e Documentação – NAFADD e o Núcleo de Atendimento de Documentação Básica e Sub-registro.
- Estamos trabalhando para que as famílias tenham todo o suporte do Estado em casos de desaparecimento. Sabemos da angústia de ficar esperando o ente querido voltar. Temos Núcleos nas cidades para fazer esses atendimentos, além da Superintendência que está localizada no prédio da Central do Brasil. Uma das formas de combater o desaparecimento é a prevenção. Por isso ressaltamos sempre a importância de que as famílias mantenham os documentos de suas crianças em mãos. Sem isso é muito mais difícil localizá-las em casos de desaparecimento – ressaltou Jovita, que trabalha como superintendente de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas e Acesso à Documentação Básica da SEDSODH.
Nos Núcleos do Estado, é possível contar com atendimento de assistentes sociais e psicólogos, tudo preparado para atender da melhor forma possível as famílias.
Projeto de prevenção nas escolas
Um projeto piloto da Secretaria, por meio da equipe da Superintendência de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas e Acesso à Documentação Básica, também está levando a temática do desaparecimento para as escolas. A proposta é trabalhar com crianças e adolescentes de forma a alertá-los sobre a importância de evitar situações de riscos e cuidados que devem ser tomados no dia a dia. Além dos jovens, o trabalho atuará para conscientizar professores e demais profissionais das escolas que podem se tornar agentes multiplicadores de informações. A primeira atividade do projeto aconteceu na Escola Municipal Dilermando Cruz, em Bonsucesso, Zona Norte da capital, nesta terça-feira (26).
Um dos palestrantes, Márcio Carvalho, que é coordenador de Políticas para Pessoas Desaparecidas, chamou atenção dos alunos sobre sempre andarem acompanhados e avisarem aos responsáveis o local que estão. Além disso, destacou a importância de dizer não para uma pessoa desconhecida.
Fonte: Assessoria de Imprensa/ Silvia Melo
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