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Próximo de completar o grupo de 50 integrantes na transição do próximo governo e fustigado pelo impulso de movimentos sociais à eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aponta agora para uma relação delicada do novo presidente com o segmento, que calibra a atuação para encarar a contradição de ter que comprar brigas com um governo (leia-se Congresso) que chegará ao poder com seu apoio.
Com olhar na composição da administração lulista que se avista, líderes de algumas das principais organizações sustentam o discurso de que eventuais cobranças podem coexistir com a defesa da gestão, mas a primeira passagem do petista pelo Planalto (2003-2010) mostrou o risco de fissuras. Na vitória de agora, Lula sempre exaltou os grupos e prometeu espaço a eles.
MST (dos sem-terra), MTST (dos sem-teto), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e UNE (União Nacional dos Estudantes) são alguns dos movimentos que reivindicam voz na transição de governo e esperam o atendimento de suas demandas, ao mesmo tempo em que falam em manter mobilizações.
Sociólogo alerta das dificuldades
Para o sociólogo Ruy Braga, professor da USP que pesquisa o tema, as expectativas estão elevadas porque o novo mandato do PT é tido como uma janela de oportunidade após "anos de desmanche de políticas públicas diretamente associadas às pautas reivindicativas dos movimentos".
Ele não descarta, porém, que as limitações da nova gestão Lula acabem por esgotar a paciência de alguns grupos, levando até a mobilizações de caráter conflituoso, como greves. "Tudo dependerá de até onde o governo estará disposto a ir a fim de cumprir suas promessas de campanha."
Estado de alerta com Bolsonaro será permanente
O discurso comum é o de que, mesmo com as dificuldades econômicas e políticas que Lula enfrentará, a chance de obter avanços nas pautas é maior com o PT do que com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Também é consenso que a capacidade de articulação do bolsonarismo exige um estado permanente de alerta. A expectativa é que o campo rival agite manifestações para desestabilizar o governo e pôr em risco a democracia, como vem fazendo com os atos antidemocráticos contestando o resultado do pleito.
Da Editoria/EM.COM/Imagem: Redes Sociais
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