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Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, na noite deste domingo (12), o ministro da Economia, Paulo Guedes, que já declarou querer vender “até o último talher do Alvorada”, protagonizou um bate-boca com o apresentador, Rodolfo Schneider, para defender a privatização da Petrobras.
Com argumentos pífios a favor da privatização, que nada mais é do que a entrega do patrimônio do povo brasileiro, rebatidos prontamente pelo jornalista que é contra, Guedes atacou Schneider que, segundo o ministro de Jair Bolsonaro (PL), teria uma “visão de mundo” atrasada.
“É uma visão de mundo. Você tem uma visão de mundo que predominou por 40 anos. Por isso que a Petrobras está ai, a Eletrobras está aí. Eu tenho uma visão de mundo diferente da sua. Eu gostaria de estar numa economia…”, disse Guedes, que voltou a ser rebatido pelo jornalista, que ironizou dizendo que sua “visão de mundo não é a da Dilma”.
“Não… A sua visão de mundo é social-democrata: ‘vai ser bem gerido, conosco não há problema’. O problema é só quando os outros estão lá”, retrucou Guedes, usou da mesma ironia. “Eu não privatizaria a Petrobras mesmo”, respondeu Schneider.
No programa, Guedes fez uma defesa enfática, dizendo que “a Petrobras deve ser privatizada” e distorcendo dados, disse que a estatal petrolífera e a Eletrobras, que também está na mira da política privatista do governo, deram prejuízos.
O ministro ainda usou a mesma metáfora quando na fatídica reunião de abril de 2020, divulgada após Sergio Moro deixar o governo e acusar Bolsonaro de interferência na Petrobras, defendeu a privatização do Banco do Brasil.
“A minha posição em relação à Petrobras. Eu disse isso – vazou uma vez numa reunião ministerial -, eu falando particularmente do Banco do Brasil que ‘não é tatu, nem cobra’. Ele não agrada nem aos privatistas, nem aos estatistas…”
O jornalista da Band, então, rebateu: “mas a Petrobras está agradando muito aos ‘sócios’ hoje”, em referência aos lucros distribuídos aos acionistas.
Guedes então argumentou usando por base a política de paridade do preço do Petróleo, que não foi seguida pelo governo Dilma Roussef, quando o combustível era mais barato. “Esse ciclo não interessa a ninguém”, disse, sobre os altos e baixos de preços a partir da orientação do governo federal.
“A Petrobras deve ser privatizada. Se você perguntar pra mim mil vezes eu vou te responder… Ela foi durante décadas um monopólio verticalizado. Eu quero ver uma economia de mercado forte. Quero ver competição na distribuição, na extração e geração de petróleo”, disse Guedes.
O jornalista então falou da venda das refinarias da estatal e Guedes ironizou ao defender a medida: “Você já notou que você não vê mais posto Shell, Esso… Quando eu era mais jovem, eu era menino, tinha posto Shell, Esso, Atlantic pra todo lado. Agora não tem mais. Só tem a Petrobras, em lugar nobre”.
Schneider então rebateu a ironia: “a Shell que é Raízen que é Ipiranga e tem muitos ai”, disse lembrando o apelido do ministro durante a campanha eleitoral.
Ao final do programa, Guedes voltou a defender a privatização das estatais e retomou a proposta de se criar um fundo para subsidiar a compra de combustíveis e apontou uma “solução genial”, digna da sua visão de destruição do Estado brasileiro: “quando acabar o dinheiro acabou”.
“Não quero ficar como um vendedor de ilusões, não estou dizendo que vai ser fácil, mas apenas colocando um outro lado para esse derrotismo, essa percepção de que está tudo errado no Brasil. Estamos no meio da guerra, houve um empobrecimento geral, mas estamos enfrentando”, finalizou.
Contexto
Enquanto o governo petista queria a Petrobras para os brasileiros e instituiu que 75% dos royaties do Pré-sal fossem destinados para a Saúde e 25% para a Educação, o governo "patriota", cancelou a medida após o golpe de 2016, instituiu o Teto de Gastos que limita investimentos em Saúde e Educação por 20 anos e ainda quer doar a Petrobras para estatais estrangeiras porque estatal ruim só as brasileiras.
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