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A guerra atual na Palestina é mais um capítulo de um conflito que se arrasta há mais de um século entre israelenses e palestinos. As raízes desse conflito remontam ao final do século XIX, quando o movimento sionista começou a promover a imigração judaica para a Palestina, que na época era uma província do Império Otomano habitada principalmente por árabes muçulmanos.
Em 1947, após a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto, a ONU propôs um plano de partilha da Palestina em dois Estados, um judeu e um árabe. Os líderes judeus aceitaram o plano, mas os líderes árabes o rejeitaram. Em 1948, os judeus declararam a independência de Israel, provocando uma guerra com os países árabes vizinhos e com as facções palestinas. Israel venceu a guerra e ampliou seu território, enquanto cerca de 700 mil palestinos se tornaram refugiados.
Desde então, o conflito entre Israel e Palestina se intensificou e se internacionalizou, envolvendo várias guerras, intifadas (levantamentos populares), atentados terroristas, negociações de paz, acordos violados, resoluções da ONU ignoradas, violações dos direitos humanos e intervenções de potências estrangeiras.
Atualmente, a Palestina é dividida em duas áreas: a Cisjordânia, que é controlada pela Autoridade Nacional Palestina (ANP), uma entidade política reconhecida por mais de 130 países como representante do povo palestino; e a Faixa de Gaza, que é governada pelo Hamas, um grupo islâmico considerado terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.
O Hamas foi fundado em 1987 como uma ramificação da Irmandade Muçulmana e tem como objetivo a libertação da Palestina e a destruição de Israel. O grupo ganhou popularidade entre os palestinos por oferecer serviços sociais e assistenciais nas áreas mais pobres e marginalizadas. Em 2006, o Hamas venceu as eleições legislativas palestinas, mas foi boicotado pela comunidade internacional e pela ANP. Em 2007, o Hamas tomou o poder à força na Faixa de Gaza, expulsando as forças leais à ANP.
Desde então, o Hamas tem mantido uma postura hostil contra Israel, lançando foguetes e realizando ataques suicidas contra alvos israelenses. Israel tem respondido com bloqueios econômicos, incursões militares e bombardeios aéreos contra Gaza. Esses confrontos têm causado milhares de mortes e feridos, além de danos materiais e humanitários incalculáveis.
A atual crise começou no dia 7 de outubro, quando o Hamas lançou uma ofensiva sem precedentes contra Israel, disparando mais de mil foguetes em menos de 24 horas. O ataque surpreendeu as forças israelenses, que reagiram com uma operação terrestre e aérea na Faixa de Gaza. Até o momento, mais de 1.200 pessoas morreram nos dois lados do conflito.
As razões por trás dessa escalada de violência são complexas e controversas. Tensões políticas internas tanto em Israel quanto na Palestina, onde os processos eleitorais foram adiados ou contestados, a disputa pelo controle de Jerusalém, uma cidade sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos, que é reivindicada como capital por ambos os povos. Ainda há a rivalidade regional entre o Irã, que apoia o Hamas, e a Arábia Saudita, que se aproxima de Israel.
O fato é que o conflito entre Israel e Palestina parece não ter uma solução fácil ou pacífica. As tentativas de mediação internacional têm se mostrado infrutíferas ou insuficientes. As propostas de dois Estados, um Estado binacional ou um Estado único têm enfrentado obstáculos e resistências. As vozes moderadas e conciliadoras têm sido abafadas pelo radicalismo e pelo ódio. A esperança de paz e justiça tem sido substituída pelo medo e pela violência.
A posição do Brasil, tem se mostrado muito coerente. Com a presidência provisória do conselho de segurança da ONU, tem tentado mediar o conflito, para que não haja um genocídio na faixa de Gaza.
É preciso reconhecer que esse conflito não é apenas uma questão de território, mas também de identidade, religião, história e direitos. É preciso respeitar as aspirações legítimas e as dores profundas de ambos os povos. É preciso dialogar com honestidade e coragem, sem preconceitos ou imposições. É preciso buscar uma solução que garanta a segurança, a dignidade e a convivência de israelenses e palestinos. É preciso, enfim, escolher a vida em vez da morte.
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