Igreja da Escócia pede perdão por executar mulheres acusadas de bruxaria

Lei de Bruxaria foi instituída em 1563

Igreja da Escócia pede perdão por executar mulheres acusadas de bruxaria

Por EDELBERTO BEHS

 

Depois de analisar atentamente relatório preparado pelo Fórum Teológico, a Igreja da Escócia pediu desculpas pela perseguição e execução de milhares de pessoas nos séculos XVI a XVIII, principalmente mulheres acusadas de bruxaria. A moção foi aceita por unanimidade pelos anciãos da Igreja e aprovada em Assembleia Geral.

“Pedir desculpas por erros históricos não significa assumir a culpa agora pessoalmente pelo que aconteceu no passado, nem aplicar mal os padrões de hoje a atores do passado”, disse a diretora do New College (Fórum Impacto da Fé), reverenda Susan Hardman Moore.

“Pelo contrário — prosseguiu —, pedir desculpas por erros históricos é se solidarizar com os inocentes que sofreram, reconhecendo e lamentando os danos que sofreram como resultado das ações da Igreja no passado; corrigindo o registro, afirmando a dignidade das pessoas que nossos precursores descartaram e reconhecendo o sofrimento causado por normas e políticas passadas que não aceitamos mais”.

A Lei de Bruxaria escocesa foi introduzida em 1563. Ela condenava a prática ou consulta às bruxas punível com a morte. Citando historiadores, matéria divulgada há mais tempo pelo New York Times informava que cerca de 4 mil pessoas, a maioria mulheres, foram acusadas de feitiçaria, presas e torturadas. Mais de 2,5 mil foram executadas entre 1563 e 1736.

Maioria das
vítimas da Igreja
era mulher


Segundo o portal Daily Record, era corrente na época que o rei Jaime VI envolveu-se no julgamento contra as bruxas de North Berwick, o primeiro grande processo da Escócia contra as pessoas que supostamente tinham conluio com o diabo.

No Dia Internacional da Mulher, em março de 2021, a primeira ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, pediu escusas pelo ocorrido no passado.

“Numa época em que as mulheres não podiam falar como testemunhas em um tribunal, elas eram acusadas e mortas porque eram pobres, diferentes, vulneráveis ou, em muitos casos, apenas porque eram mulheres”, disse em entrevista ao Times.

“Como primeira-ministra, em nome do governo escocês, estou escolhendo reconhecer essa injustiça histórica e flagrante e estender um pedido de desculpas formal e póstumo a todos os acusados, condenados, vilipendiados ou executados sob a Lei de Bruxaria de 1563.”

A Igreja da Escócia, também conhecida por Kirk, é uma igreja nacional, da família presbiteriana. Íntegra a Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas.

> Esse texto foi publicado originalmente no site católico IHU Online.

Por Ultima Hora em 08/06/2022
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