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No dia 27 de julho, escrevi com entusiasmo em minha coluna sobre a possibilidade de Kamala substituir Biden no Partido Democrata, com pesquisas apontando um empate entre ela e Trump.
Entretanto, mais de três meses depois, de forma menos exaltada, trago notícias sobre as eleições americanas, informando a vitória expressiva de Trump.
Resultados da Eleição:
- Votos do Colégio Eleitoral: Donald Trump (301) vs. Kamala Harris (226)
- Votos Populares: Donald Trump (73.376.041) vs. Kamala Harris (69.042.236)
A vitória de Trump marca seu retorno ao poder, trazendo potenciais implicac?ões para o Brasil, tanto politicamente quanto economicamente. Durante a campanha, ele enfatizou temas como nacionalismo econômico e políticas de imigração rígidas, sugerindo a intensificação de medidas protecionistas, como o aumento de tarifas sobre importações e a revisão de acordos internacionais. Além disso, sua campanha foi marcada por um estilo agressivo e uma retórica autoritária, com possíveis implicações relevantes para o Brasil.
Na seara econômica, essa postura pode representar desafios para setores exportadores brasileiros, especialmente o agronegócio e a indústria metalúrgica, que têm nos EUA um importante mercado. Tais políticas podem levar o governo brasileiro a buscar novos mercados e diversificar suas exportações.
Com Trump sinalizando interesse em políticas protecionistas e aumentar as tarifas comerciais, o Brasil pode precisar adotar uma estratégia econômica mais defensiva, ampliando a diversificação de mercados. A dependência do agronegócio brasileiro em relação ao mercado dos EUA poderá ser afetada por eventuais barreiras comerciais, exigindo negociações com outros blocos econômicos, como a União Europeia e países da Ásia.
A vitória de Trump deverá ter um impacto significativo na política externa brasileira, especialmente em relação à América Latina e ao Mercosul. O governo brasileiro precisará se adaptar às novas políticas comerciais e econômicas dos EUA, buscando oportunidades de cooperação em áreas como comércio, investimentos e segurança.
Uma eventual aliança entre o governo brasileiro e a administração de Trump poderá ter desdobramentos significativos em áreas como comércio e meio ambiente. O tema ambiental, principalmente em relação à Amazônia, pode receber menos pressão dos EUA se Trump relaxar as políticas ambientais, permitindo ao Brasil maior autonomia para lidar com a questão de acordo com seus interesses internos, no entanto, isso também poderá atrair críticas de setores internacionais e motivar críticas da oposição.
Politicamente, o retorno de Trump pode fortalecer figuras políticas brasileiras de inclinação conservadora, alinhadas com sua agenda, como defensores do nacionalismo e da redução das regulamentações ambientais.
O Brasil pode enfrentar maior pressão em questões como mudanças climáticas, já que Trump sugere um enfraquecimento de compromissos ambientais, o que poderia resultar em menos pressão internacional sobre temas sociais e desmatamento na Amazônia.
A vitória de Trump, somada ao sucesso recente da direita nas eleições municipais no Brasil, pode moldar o cenário político brasileiro para as eleições de 2026, influenciando não só a organização estratégica, mas também o tom das campanhas presidenciais.
A campanha de Trump se destacou pelo uso eficaz das redes sociais e apoio de influenciadores para alcançar uma base jovem e conectada. No Brasil, é possível que surja uma estratégia semelhante, com candidatos de direita buscando replicar a comunicação direta e informal de Trump para conquistar a simpatia dos eleitores mais jovens e indecisos. Além disso, temas como o combate à suposta ameaça comunista e a defesa de valores tradicionais podem ganhar destaque, polarizando o debate público e fortalecendo a adesão à direita.
Bom domingo e até a semana
Filinto Branco - colunista Político
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