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Brasileiros enfrentaram filas em agências da Caixa Econômica Federal e centros de referência de assistência social no primeiro dia de pagamento do programa que vai substituir o Bolsa Família. Em Salvador, a fila dobrou quarteirão.
Uma situação que se viu também em Goiânia, em Belo Horizonte, no Recife. Neste mês, também está sendo paga a última parcela para quem recebe o auxílio emergencial. A preocupação de muitos beneficiados é saber se vão ter direito ao novo programa.
Com o fim do auxílio emergencial, especialistas calculam que milhões de brasileiros vão deixar de receber ajuda do governo.
Este ano, o auxílio emergencial chegou a mais de 39 milhões de brasileiros. A Rede Brasileira de Renda Básica, instituição que reúne professores e pesquisadores, calcula que o fim do programa deixa 29 milhões de pessoas sem qualquer renda do governo.
A outra parte, cerca de 10 milhões, já está incluída no Auxílio Brasil, o substituto do Bolsa Família. Este grupo vai se juntar a outros 4,5 milhões que estão inscritos no programa, totalizando 14,5 milhões de beneficiados.
Especialistas defendem que mais pessoas precisam receber ajuda financeira do Poder Público.
“É muito importante compreender que a situação de pobreza que nós temos hoje se dá, também, em função de um mercado de trabalho que foi muito prejudicado pela pandemia. A necessidade de expandir essas transferências de renda estava colocada desde o primeiro dia da pandemia. É preciso aproximar as transferências, como a do Bolsa Família, de uma renda básica e caminhar na incorporação de um número maior de beneficiários”, afirma Leandro Ferreira, presidente da Rede Brasileira de Renda Básica.
O pesquisador Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas, chegou ao mesmo número. Um drama que vai além do mercadinho e dos muros da casa do Wagner.
“Não só aumento de pobreza, mas a própria retomada da economia fica enfraquecida. Esses programas sociais têm um impacto muito grande no PIB. A cada real que você gasta com Bolsa Família ou com Auxílio Brasil agora, você gera R$ 1,80 em termos de PIB. Então, quando você corta esses recursos, a economia cai mais do que o corte de recursos, porque essas pessoas deixam de gastar, deixam de consumir, e as rodas da economia andam para trás”, diz Neri, diretor da FGV Social.
O Ministério da Cidadania declarou que o número de beneficiados pelo Auxílio Brasil passará para 17 milhões em dezembro. E que tem o compromisso de ampliar o alcance das políticas socioassistencialistas, superar com mais eficácia a pobreza e minimizar os efeitos da desigualdade
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