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A deputada estadual Giselle Monteiro (PL), irmã do ex-vereador Gabriel Monteiro, presa sob a acusação de estupro, destinou cerca de R$ 400 mil de suas emendas parlamentares para o sistema penitenciário. Dos R$ 2,7 milhões que ela teve disponível, R$ 150 mil foram para a reforma da UPA Hamilton Agostinho Vieira Castro, que fica no Complexo de Bangu, onde o ex-vereador está preso. Na ferramenta do GLOBO, o leitor poderá descobrir quanto, onde e para que especificamente os deputados destinaram recursos.
A deputada Giselle Monteiro também destinou outras três emendas, para a secretaria de Administração Penitenciária — somando mais R$ 254 mil. O parlamentar destinou R$ 94 mil para a reforma e melhoria da infraestrutura dos espaços de descanso dos servidores nas prisões do Rio. Outra emenda de R$ 80 mil é para a reforma no alojamento da Cadeia Pública ISAP Tiago Teles de Castro Domingues, em São Gonçalo. O mesmo valor também foi destinado à capacitação de servidores da Seap.
Entre as 813 propostas de emenda ao orçamento do Estado do Rio pelas propostas 70 deputados estaduais, algumas são bem específicas, destinadas a cofres de municípios ou entidades comandadas por aliados ou parentes. Outras deixam em aberto qual será a destinação final do recurso.
Entre as emendas genéricas, uma, da deputada Verônica Lima (PT), não especificou o local que receberá o valor. Ao destinar R$ 272 mil à Saúde de Nova Friburgo, um parlamentar escreveu que seria beneficiado a “unidade de saúde ***tal***”.
— Essa grafia pode ter sido um erro e também pode ser corrigida — defende Verônica. — Recebemos a orientação para destinar o dinheiro ao fundo estadual que repassaria para o município dentro de um programa, que nesse caso é para atender mulheres.
O deputado Rodrigo Amorim (PTB), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), admitiu que o ineditismo do orçamento impositivo foi uma entrada na elaboração das emendas. Ele apresentou sete, mas não informou onde deveria ser aplicado.
— Não tinha uma regulamentação de como seria. Por isso, seguimos um modelo permitido no governo federal, colocando diretamente no Fundo, como o de Saúde. Depois, com o dinheiro reservado, posso fazer uma indicação legislativa ou conversar diretamente com o gestor sobre o destino — diz Amorim.
Investigada por ligações com uma milícia que domina seu reduto eleitoral, na Zona Oeste do Rio, a deputada estadual Lucinha (PSD) deixou bem claro o destino de suas quatro emendas. O valor de maior — R$ 1 milhão — é para o Fundo Municipal de Saúde da capital firmar um convênio com a Secretaria municipal de Envelhecimento Saudável. A pasta é comandada por seu filho, Junior da Lucinha. Além de injetar verba da caixa do estado no órgão hoje nas mãos de seus herdeiros políticos, o parlamentar define que o projeto seja feito na Área de Planejamento 5, que engloba os bairros de Campo Grande, Santa Cruz e Sepetiba, onde os dois focam suas campanhas. Os outros projetos vão para a mesma região. Ao GLOBO, Lucinha negou que tenha destinado o dinheiro ao filho:
— Fiz uma emenda para o fundo da Saúde fazer uma parceria para atender os idosos, como em outra indiquei a compra de um mamógrafo para ajudar as mulheres.
Com informações O Globo
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