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Em um pronunciamento contundente, Josué Gomes, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), expressou preocupações sobre a autonomia do Banco Central e o impacto das decisões de seu atual presidente, Roberto Campos Neto. Gomes afirmou que Campos Neto tem demonstrado um "posicionamento político" que, segundo ele, pode comprometer a independência da instituição monetária.
Gomes destacou que a presença de Campos Neto em eventos políticos, como sua ida às urnas em 2022 com a camisa da seleção brasileira e a homenagem recebida em um jantar promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pode estar gerando uma percepção de que a autonomia do Banco Central está em risco. "Se acabarem com a autonomia do Banco Central, o ‘mérito’ vai ser todo do Campos Neto", afirmou Gomes, conforme reportado pelo Metrópoles.
O presidente da Fiesp também comentou a falta de uma figura de peso no governo atual que possa desempenhar um papel semelhante ao de José Alencar, ex-vice-presidente de Lula, que, segundo Gomes, tinha a legitimidade necessária para mediar as relações entre o governo e o Banco Central. "Falta alguém com essa capacidade no governo para suavizar as relações e garantir uma discussão mais equilibrada sobre questões econômicas", disse Gomes.
Além de suas críticas ao Banco Central, Josué Gomes abordou a situação econômica do país, criticando a alta carga tributária, os juros elevados e o desalinhamento do câmbio como obstáculos ao crescimento econômico. Ele defendeu a adoção de medidas como o cashback na Reforma Tributária como um meio eficaz para combater a desigualdade de renda e estimular o crescimento.
Gomes lamentou a queda na participação da indústria de transformação no PIB nacional, que já foi de 28% e atualmente está em apenas 11,5%. "Nos últimos 30 anos, o Brasil cresceu 2,4% ao ano, em média, enquanto o mundo cresceu 3,6% e os países em desenvolvimento cresceram 4,9%. A regressão da indústria de transformação não é coincidência", destacou o empresário.
Em relação às propostas de Reforma Tributária, Josué Gomes alertou sobre o risco de exceções que poderiam aumentar a alíquota de referência e prejudicar setores como a indústria de transformação. Ele também criticou a redução de alíquotas para alimentos, argumentando que o cashback seria uma alternativa mais eficiente para combater a fome e reduzir a desigualdade social.
Gomes concluiu seu pronunciamento destacando a necessidade urgente de uma mobilização da sociedade para discutir e implementar mudanças que promovam o crescimento econômico e a recuperação da indústria nacional.
Esta postura de Josué Gomes reflete um crescente debate sobre as políticas econômicas e a administração do Banco Central, temas que estão ganhando relevância no cenário atual brasileiro.
Fonte: Brasil247
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