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Presa em flagrante após chamar de “macaco” um agente da Polícia Federal (PF), Maria Cristina de Araújo Rocha foi liberada em decisão de juiz da 2ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
A mulher foi autuada por injúria racial e o crime aconteceu enquanto a pensionista tentava deixar uma coroa de flores na calçada da casa do presidente Lula, em São Paulo, onde ele se recuperava da cirurgia para drenar um hematoma intracraniano.
Segundo testemunhas, a caminho da delegacia, na viatura, ela também teria dito que, pelo tamanho, o policial não seria um “macaco” e sim um “gorila”.
A mulher passou por uma audiência de custódia, que é um procedimento padrão com o objetivo de o juiz avaliar a legalidade da prisão e o tratamento dispensado ao preso.
A decisão da soltura foi do juiz Marcelo Duarte da Silva, da 2.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, que contrariou o Ministério Público Federal. O MPF havia pedido a conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva.
Mulher que levou flores de enterro à casa de Lula e chamou policial de ‘macaco’
Juiz não viu “grave ameaça”
“O crime imputado à custodiada não foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, pelo que a soltura, ao menos em princípio, não trará riscos à ordem pública além daqueles a que a sociedade está obrigada a suportar diariamente”, diz a decisão
Ela precisará cumprir uma série de medidas cautelares, como recolhimento domiciliar noturno e proibição de viajar para fora do Brasil. Maria Cristina tem cidadania suíça. Também está proibida de chegar a menos de 200 metros da casa de Lula.
Maria Cristina tem um antecedente criminal, por injúria racial, contra um diplomata chinês.
Ela é pensionista por ser filha de militar e recebe R$ 14,5 mil por mês desde 2009.
A mulher se gaba nas redes sociais de ser amiga do general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, que teria sido aluno de seu pai. O militar é aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os bolsonaristas, Maria Cristina é conhecida e figura carimbada nas manifestações da extrema direita na capital paulista. Em 2020, durante a pandemia de covid-19, participou de um ato em frente a embaixada da China na cidade.
Durante a manifestação, teria proferido diversas ofensas contra a equipe da embaixada, todos chineses. “China, desgraça do mundo. Vírus made in China”, “China fora do Brasil. Seu vírus acabado com os empregos”, “Vírus chinês acabando com o mundo. Fora China!” e “Não tá na hora de voltar para quele país imundo? Chinês maldito”, teriam sido alguns dos impropérios ditos pela ativista bolsonarista, que lhe renderam um processo por racismo, segundo o site Brasil 247. O vídeo que mostrava a participação da mulher na manifestação está no modo privado do YouTube.
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