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DA REDAÇÃO - O ministro da Defesa e da Segurança Pública no governo de Michel Temer, Raul Jungmann, afirmou que o presidente Jair Bolsonaro determinou que jatos Gripen sobrevoassem o STF acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. A declaração foi dada em entrevista à revista VEJA, publicada nesta 6ª feira (20.ago.2021).
Questionado sobre a demissão dos 3 comandantes das Forças Armadas, em março, Raul Jungmann afirmou que a ordem sobre os jatos estava por trás das motivações.
“Ele [Bolsonaro] chamou um comandante militar e perguntou se os jatos Gripen estavam operacionais. Com a resposta positiva, determinou que sobrevoassem o STF acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. Bolsonaro mandou fazer isso, tenho um depoimento em relação a isso. Ao confrontá-lo com o absurdo de ações desse tipo, eles [comandantes das Forças Armadas] foram demitidos”, declarou.
Em 2012, um rasante de caças Mirage F-2000 da Aeronáutica acidentalmente destruiu vidros do Palácio do Supremo Tribunal Federal. Eis um vídeo do momento em que a vidraça é rompida (1min23seg).
De acordo com o ex-ministro, “há uma constante atuação de constrangimento” por parte do presidente da República, “para forçar as Forças Armadas a endossar os atos e as falas dele”.
“Foi por não endossar os achaques ao Supremo Tribunal Federal, ao Congresso Nacional e aos governadores, pelas políticas engendradas na pandemia, que, pela primeira vez, os chefes da Aeronáutica, Marinha e Exército foram demitidos. Eles não se dobraram. Os 3 foram demitidos porque se recusaram a envolver as Forças Armadas nas declarações e nos atos do presidente da República. Toda vez que ele se sente ameaçado, sobe o tom e desrespeita os outros poderes, constrangendo as Forças Armadas a endossar esse discurso“, afirmou.
Para Jungmann, não há risco de ruptura democrática em 2022. “As Forças Armadas não estão disponíveis para nenhuma aventura ou golpe”, disse.
“Em 1964, existia apoio de setores da imprensa, da Igreja, do empresariado, fora uma situação internacional que favorecia um golpe de Estado. Hoje, não há ambiente para um golpe de Estado. Não tem nenhuma força política a favor disso, muito pelo contrário. Seria um raio em céu azul”, completou.
De acordo com o ex-ministro, a decisão de não punir Eduardo Pazuello por participar de uma manifestação governista “foi indefensável”.
“Assim como a manifestação tosca do chefe da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Junior, de que “homem armado não ameaça”. Até então, eu vinha defendendo os generais em cargo político e na reserva. Os comandantes militares estavam mantendo-se enquadrados pelas linhas constitucionais. O que o Baptista fez é muito grave. São dois casos de punição, e foi um erro não puni-los”, afirmou. (Do Poder360)
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