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Preso e delator da Operação Lava Jato, entre os anos de 2014 e 2015, o lobista Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, é novamente investigado pela Polícia Federal, agora por suspeita de atuar na fraude em contratos da Intervenção Federal, no Rio de Janeiro, em 2018. O lobista foi procurado para investir no esquema em troca de participação nos lucros.
Baiano foi alvo de um dos 16 mandados de busca e apreensão realizados, nesta terça-feira (12).
De acordo com as investigações, Baiano e o empresário Glaucio Octaviano Guerra sabiam, antes do início da concorrência, que iam vencer a disputa pelo fornecimento de coletes à prova de balas para a Polícia Civil que estavam sendo adquiridos pelo Gabinete de Intervenção Federal (GIF).
Em 13 de dezembro de 2018, Glaucio enviou mensagem a Fernando Baiano afirmando que ganharam a licitação. A comunicação acontece um dia antes da reunião em que os concorrentes apresentam os documentos em que se habilitam à disputa.
A comemoração tratava da escolha da empresa americana CTU Security LLC. De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Polícia Federal, a aquisição de 9.360 coletes balísticos resultou num sobrepreço de R$ 4,6 milhões. O acordo acabou cancelado, e o valor, estornado.
Na decisão, no entanto, a juíza Caroline Figueiredo, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, afirmou que a suspensão da execução do contrato, por si só, não afeta os supostos crimes até então cometidos: advocacia administrativa ilegal, dispensa ilegal de licitação e corrupção.
A juíza ressaltou que a suspensão do contrato apenas impediu um prejuízo maior ao governo brasileiro.
Em novembro de 2014, Fernando Baiano foi preso durante a operação Juízo Final, etapa da Lava Jato que atingiu o braço empresarial do esquema de corrupção na Petrobras.
Fernando Baiano foi apontado, na ocasião, como elo do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, no suposto recebimento de uma propina US$ 10 milhões.
Deste total, US$ 5 milhões teriam sido destinados para o deputado, segundo o delator Julio Camargo.
Após a prisão, Fernando Baiano firmou um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.
O acordo garantiu ao lobista cumprir pena, com tornozeleira eletrônica, numa mansão na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
No local, Fernando Baiano foi flagrado, em 2017, pelo Fantástico, recebendo todo tipo de visitas. Os exercícios físicos eram feito na garagem da casa.
Foi nesta mesma mansão que a PF encontrou Fernando Baiano na manhã desta terça-feira.
Nas investigações da polícia, o lobista é suspeito de atuar como investidor: ele entraria com o dinheiro para garantir o investimento na produção dos coletes.
Com informações do g1.
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