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De olho em um futuro mais justo e educado — e, politicamente, em um possível quarto mandato — o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (16) um conjunto de metas estruturantes para a educação brasileira. Em evento realizado na fábrica da Nissan, no Sul Fluminense, Lula firmou o compromisso de alfabetizar todas as crianças brasileiras até o segundo ano do Ensino Fundamental até 2030, além de ampliar a rede de escolas de tempo integral e conter a evasão no Ensino Médio com o fortalecimento do programa Pé-de-Meia.
“Tomamos uma decisão: até 2030, todas as crianças brasileiras estarão alfabetizadas até o segundo ano de escolaridade”, afirmou o presidente. “Se a criança não se alfabetizar até o segundo ano, ela acumula defasagem que vai acompanhá-la por muito tempo na vida escolar.”
Na presença de trabalhadores e operários da montadora, Lula ainda defendeu a ampliação de escolas em tempo integral, apontando a medida como estratégica não apenas para a aprendizagem, mas para a segurança social das famílias. “Vamos fazer o máximo possível de escolas integrais, não só para as crianças aprenderem mais, mas para dar tranquilidade aos pais e às mães que precisam trabalhar e deixam os filhos sozinhos”, declarou.
O drama da evasão e a resposta do governo
O presidente também abordou a preocupante evasão no ensino médio: segundo ele, 480 mil jovens abandonam a escola anualmente para ajudar no sustento das famílias. A realidade, que classificou como “inadmissível”, levou à criação do programa Pé-de-Meia, que oferece incentivos financeiros aos alunos para que permaneçam na escola.
“São quase meio milhão de meninos e meninas que saem da escola porque precisam ajudar em casa. O Estado precisa estar presente. E educação é a principal forma de garantir um futuro melhor para essas famílias”, disse Lula, ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana.
A história de Taís e o símbolo do avanço
Durante o evento, Lula se emocionou ao conhecer a história de Taís dos Santos, jovem operadora de produção da fábrica. Filha de mãe solo, moradora da região de Resende e com trajetória marcada por dificuldades, Taís começou sua vida profissional em redes de fast food e como autônoma. Por meio de programas sociais e cursos profissionalizantes do Senai, conseguiu ingressar no setor industrial e conquistar uma vaga na montadora.
Lula, que também se formou como torneiro mecânico no Senai antes de entrar para a política, se identificou com a trajetória da jovem e a chamou ao palco. “Histórias como a da Taís mostram que alguma coisa está mudando neste país. Quando as pessoas começam a ter consciência de seus direitos, tudo começa a mudar”, afirmou.
Educação como antídoto contra a pobreza
Ao destacar a importância da educação como vetor de mobilidade social, Lula reforçou sua visão de que o Brasil precisa superar a dependência histórica de programas de transferência de renda.
“Eu voltei à Presidência da República para provar que este país não pode ser eternamente pobre, nem eternamente vivendo de Bolsa Família. A gente quer que as pessoas estudem, se qualifiquem, tenham uma profissão, prosperem e vivam com dignidade, com padrão de classe média”, concluiu.
As declarações reforçam o tom de um governo que mira não apenas os desafios do presente, mas também os horizontes políticos e sociais do futuro. E, se depender das metas anunciadas, o caminho passa — mais uma vez — pela sala de aula.
Fonte: Agência Brasil.
Por: Arinos Monge.
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