Mais de 40% dos prefeitos eleitos pelo PSDB em SP mudaram de partido

Dissidentes eleitos em 2020 migram para siglas como PSD, PL, PSB e MDB.

via GloboNews 

Mais de 40% dos prefeitos eleitos pelo PSDB em SP mudam de partido

Sem um nome à frente do governo de São Paulo, o PSDB tem enfrentado uma debandada de prefeitos no estado. Mais de 40% dos tucanos eleitos nos municípios paulistas em 2020 trocaram de partido, segundo levantamento feito pela GloboNews.

• Dos 173 eleitos naquele pleito, ao menos 72 mandatários já se desfiliaram do PSDB;
• 11 estão no processo de transição;
• 78 seguem no partido;
• Quatro deixaram o cargo por afastamento ou morte.

 

Principais destinos

O principal destino foi o PSD, que atraiu ao menos 54 prefeitos. O partido tem cargos importantes na gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) e tem ganhado força no maior estado do país.

O presidente da sigla, Gilberto Kassab, é secretário de Governo de São Paulo e tem como uma das atribuições a articulação das políticas do governo com municípios e o contato com prefeitos. O vice-prefeito de São Paulo, Felício Ramuth, também é filiado ao partido - migrou para a sigla após quase 30 anos no PSDB.

O segundo partido que mais recebeu dissidentes tucanos foi o PL, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro e que tem a maior bancada na Câmara. Foram ao menos oito até agora. São Paulo é uma das prioridades do PL para 2024, especialmente a capital paulista, onde busca um nome competitivo para tentar derrotar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

Os partidos grandes, com bancada federal numerosa, são atraentes, por exemplo, pela verba do fundo eleitoral e pelo tempo de propaganda no rádio e na TV.

Prefeitos de grandes municípios paulistas, como São José dos Campos, Jundiaí e Barueri, estão na lista dos que deixaram o partido.

'Nem Lula, nem Bolsonaro'

Nesta quinta-feira (24), o PSDB fez um evento em Brasília em que apresentou as novas diretrizes da sigla. O partido anunciou o resgate do tucano no logotipo e o presidente da sigla, Eduardo Leite, afirmou a jornalistas que não são “nem Lula, nem Bolsonaro”. O evento também teve a participação do deputado federal Aécio Neves, que foi exaltado por tucanos.

No seminário, o partido não tratou especificamente das estratégias para São Paulo, que deixou de ser comandado pela sigla após quase 30 anos com a eleição de Tarcísio.

O presidente do PSDB em São Paulo, Marco Vinholi, reconhece o movimento de desfiliação e diz que o partido tem estimulado a oxigenação da sigla para as eleições de 2024. “Neste momento, nossa principal meta é apresentar ao eleitorado paulista candidaturas que reflitam a social-democracia, nosso modelo de gestão de sucesso no estado e nos municípios”, diz.

A estratégia, segundo ele, tem sido percorrer cidades em São Paulo em busca de nomes alinhados ao programa do partido. Vinholi estima que conseguiu atrair mais de 50 prefeitos paulistas para o PSDB desde 2020.