"Malafaia acusa Zema e Caiado de oportunismo político com eleitores de Bolsonaro"

Malafaia afirma que Zema e Caiado são oportunistas e só querem tirar proveito político de apoiadores de Bolsonaro

Segundo o pastor, proximidade dos dois políticos se deve à aspiração de ambos em representar o bolsonarismo nas eleições de 2026

Política

13 de março de 2024 – 18:36

O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, desconfia do apoio dos governadores Romeu Zema (Minas Gerais) e Ronaldo Caiado (Goiás) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o líder religioso, a proximidade dos políticos se deve à aspiração de ambos em representar o bolsonarismo nas eleições de 2026.

– Estão fingindo que estão próximos de Bolsonaro, mas estão de olho na posição que ele vai deixar. Caiado e Zema querem tirar proveito político dessa massa monumental que apoia Bolsonaro. Querem ser a bola da vez. Essa é a verdade nua e crua, não acredito neles. São oportunistas – disse Malafaia.

O pastor justifica sua avaliação, afirmando:

– Nunca vi eles (Zema e Caiado) abrirem a boca para fazer uma defesa sobre essa perseguição a Bolsonaro. Nunca vi eles falarem nada – afirmou.

Ambos os governadores citados por Malafaia estiveram no ato de Bolsonaro na Avenida Paulista no mês passado. Segundo articuladores, a ida de Zema simbolizou uma tentativa de se aproximar do eleitorado bolsonarista para se cacifar para as eleições, em meio a um histórico de resistência entre ele e o entorno do ex-presidente.

No ano passado, um discurso de Zema durante o evento conservador CPAC Brasil foi amplamente criticado por políticos que compõem o núcleo duro de apoio ao ex-presidente.

Na ocasião, o governador pregou a “união da direita”, mas foi rechaçado e chamado de oportunista.

“O presidente bolsonaro vem sendo perseguido desde janeiro 23. Não tem nenhuma ligação no meu celular, que está à disposição 24/7 ligado, de ninguém pregando união, nem oferecendo solidariedade, nem sugestão, nem nada. É tudo jogo de oportunismo político”, escreveu o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten em seu perfil no X (antigo Twitter).

Neste ano, até o momento, Zema já fez quatro grandes gestos. O primeiro ocorreu no dia 8 de janeiro, quando confirmou presença no ato do governo federal, o “Democracia Inabalada”, mas logo recuou. Em suas redes, disse que a organização tinha cunho político.

Ao final do mês, contrariou o governo federal e desobrigou a necessidade da carteira de vacinação para se matricular nas escolas estaduais. O movimento ocorreu depois do Ministério da Saúde ter incluído a vacina da Covid-19 no calendário obrigatório para crianças de até cinco anos.

Recentemente, Zema fez elogios públicos ao ex-presidente. Em entrevista à Jovem Pan, reconheceu Bolsonaro como grande articulador e afirmou que seu apoio terá grande peso nas próximas eleições presidenciais.

Já o governador de Goiás foi eleito com o apoio do ex-presidente e tem dito desde o ano passado que quer ser candidato à Presidência com o mesmo aval. O que incomoda parte do bolsonarismo, contudo, é a aproximação republicana junto ao governo federal. Em junho passado, chegou a elogiar medidas de Lula (PT) para o agronegócio.

Nesta semana, em entrevista ao UOL, comentou sua relação com Bolsonaro: “Você ser aliado politicamente não quer dizer que você esteja ali totalmente engessado. (…) Eu nunca fui cordeirinho, não sou vaquinha de presépio para dizer amém. Eu estou ali na política para defender as ideias que eu acredito”, afirmou.

Com informações de O Globo.

Por Ultima Hora em 14/03/2024
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