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A crise derivada da pandemia mexeu com a economia global. Os países mais endividados são os mais ricos. A dívida/PIB dos países do G7 disparou de 118% em 2019 para 141% em 2020, a da zona do euro de 84% para 101%, enquanto o dos países emergentes permanece sob controle, passando de 52% para 64%.
No caso dos países emergentes – como o Brasil – a dívida agregada chegou a 248%, contra os 222% do ano anterior. Nesta frente, é preocupante o crescimento da dívida em dólares, que chegou a US$ 76 trilhões, tornando essas dívidas as mais vulneráveis em caso de subida rápida das taxas de juro dos EUA ou de alta na taxa de câmbio do dólar.
Uma hipótese que não pode ser descartada, considerando que uma recente pesquisa do Bank of América mostra que 73% dos gestores esperam que a curva de taxas de juros dos EUA suba já em 2021. A previsão é de um salto de até 100 pontos-base nos rendimentos dos títulos públicos com vencimento em 10 anos.
A grande questão é se os governos, em conjunto com os bancos centrais, algum dia serão capazes de voltar atrás dessa maré de dívida?
Quem lucra com o vírus?
No outro lado da moeda, ‘lucros e perdas a parte’, está entre outros investidores o sagaz Zhong Shanshan, criador e proprietário de uma empresa de água engarrafada chamada Nongfu Spring. Ele substituiu o fundador do Alibaba, Jack Ma, como a pessoa mais rica do gigante asiático, de acordo com a agência de notícias financeiras Bloomberg.
Segundo a lista de bilionários mais recentes da Bloomberg, Zhong tem um patrimônio que chega a US$ 58,7 bilhões, o que também o coloca na 17ª posição entre as 500 pessoas mais ricas do mundo. Ele também é a segunda pessoa mais rica da Ásia, atrás de Mukesh Ambani, o bilionário indiano que é dono da Reliance Industries, um conglomerado de empresas de energia, petroquímica, têxteis, recursos naturais, varejo e telecomunicações.
O empresário chinês, que ocupava o terceiro lugar na lista de bilionários de seu país nos anos anteriores, passou para o primeiro lugar depois que a Nongfu Spring abriu seu capital recentemente e após sua participação majoritária em um fabricante de vacinas. No biombo da escalada empresarial, o magnata Zhong Shanshan. Os dois gozam de estreita relação com seus governos, a porta de entrada para o enriquecimento e que no galope da pandemia, se torna mais audacioso e altivo, dado o elemento saúde, a senha para fazer bons negócios.
O novo normal das dívidas globais é quatro vezes o PIB do mundo:
A maior e mais dramática herança que a pandemia do novo coronavírus (covid-19) deixou para o mundo, além das vítimas, são as gigantescas dividas, pública e privada.
A situação não estava totalmente sob controle antes de março, quando o covid-19 ganhou forças. Entretanto, hoje o mundo está submerso por um mar de dívidas.
Sob o perfil público, as medidas emergenciais tomadas pelos governos para conter os efeitos da pandemia na economia real agravaram uma situação já complicada. Países da América latina, a exemplo o Brasil que já definhava na questão da saúde pública, se viu envolto no tsunami da covid e se encontra submersa em sua inapta forma de combater a epidemia.
No Brasil são os políticos, tendo a frente o governador de São Paulo, João Doria, os que mais estão na intimidade das vacinas. A compra de 40 milhões de doses, de forma antecipada, descortinou uma possível e ruidosa relação de negócios, que merece ser investigada.
Enquanto alguns ficam ricos, a pobreza desce ao seu patamar mais baixo e por isso, 2021 deve fechar com uma dívida pública global mais elevada do que o Produto Interno Bruto (PIB). Muito mais do que era no final da Segunda Guerra Mundial.
Da editoria/com texto de Carlo Cauti/e RMPinho. Foto: Reprodução.
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