Metade dos brasileiros aprova retaliação às tarifas de Trump; EUA detalham plano nesta 4ª

Presidente norte-americano disse que todos os países serão atingidos, incluindo o Brasil

Metade dos brasileiros aprova retaliação às tarifas de Trump; EUA detalham plano nesta 4ª

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar, nesta quarta-feira (2), detalhes do funcionamento de seu plano de impor tarifas recíprocas a parceiros comerciais, incluindo o Brasil. Sem acordo com o governo norte-americano até o momento, o Brasil deve adotar medidas retaliatórias, o que inclui até mesmo a taxação de filmes de Hollywood, conforme reportagem do jornal O Globo.

Trump batizou o dia de hoje como o “Dia da Libertação”, o que significa libertação dos Estados Unidos contra parceiros que tentam prejudicar o país. A ideia é que o plano, anunciado sem detalhes em fevereiro, tenha efeito global imediato.

Ontem (1º), a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou que as tarifas a serem divulgadas por Trump terão efeito imediato. Ela não detalhou as sobretaxas, mas confirmou que o anúncio ocorrerá às 16h, em Washington (17h em Brasília).

Por ora, especula-se que Trump deve anunciar as novas tarifas de importação país por país e não por produtos, que poderão ir de 10% a 25%.

Na segunda-feira (31), o republicano disse que a decisão vai afetar todos os países. Ontem (1º), a Casa Branca afirmou que as taxas entrarão em vigor imediatamente.

Com o anúncio que deve acontecer nesta quarta-feira, Trump vai apertando o cerco contra parceiros comerciais, cumprindo, desse modo, sua promessa de campanha de liderar uma ofensiva contra parceiros comerciais, os quais, na visão dele, tratam os EUA de maneira injusta, com tarifas elevadas e outras barreiras comerciais, desestimulando principalmente a indústria estadunidense.

Os principais alvos de Trump até o momento foram China, Canadá e México.

Citado em cinco páginas de um relatório feito pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) sobre barreiras comerciais ao redor do mundo, o Brasil tenta buscar um acordo amigável com o governo norte-americano.

Na segunda-feira (31), estava agendada uma conversa entre o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, e o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer. Porém, a conversa acabou sendo cancelada devido ao desencontro das agendas de ambos.

Em outra frente, a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado Federal aprovou, nesta terça-feira (1º), um projeto que cria a Lei da Reciprocidade Econômica, um conjunto de medidas que visa a retaliar a política tarifária do presidente dos Estados Unidos.

Brasil estuda retaliar medidas de Trump em último caso

Enquanto tenta negociar pela via diplomática, o governo brasileiro também estuda meios de retaliar, em último caso, as medidas impostas por Donald Trump, uma forma de compensar os prejuízos que o país teria em suas exportações aos Estados Unidos.

Entre as medidas em estudo, segundo reportagem de O Globo, estão a elevação de tarifas para produtos importados dos EUA, passando pela taxação ou pelo bloqueio de dividendos gerados pela exibição de filmes produzidos em Hollywood, até a cassação de patentes de medicamentos não controlados.

Também estariam na mesa do governo brasileiro a quebra de patentes de sementes, defensivos agrícolas, obras literárias e musicais.

Caso escolha esse caminho, o governo deverá optar pela taxação ou pelo bloqueio temporário de remessas de dividendos e royalties.

Porém, fontes do governo brasileiro entrevistados pela reportagem disseram que essas medidas só serão tomadas como último recurso.

Na falta de um acordo, entre os bens importados dos EUA que poderiam ter alíquotas elevadas estão produtos de beleza, leitores de código de barras, fones de ouvido, óculos de sol, automóveis e alguns alimentos, como cerejas e batatas. Contudo, isso seria feito com cautela para não prejudicar a indústria nacional que depende da importação desses produtos.

Em fevereiro, uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio, que impacta as importações nacionais.

Metade dos brasileiros defende retaliação

Uma pesquisa da Latam Pulse, realizada por iniciativa da AtlasIntel e da Bloomberg, e publicada no blog Pulse, de O Globo, apontou que 49,5% dos entrevistados são a favor de uma reação nacional à ofensiva trumpista, enquanto 44,4% são contra medidas do gênero. Outros 6,1% não souberam responder ao questionamento.

A margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. O levantamento ouviu 4.659 pessoas entre 20 e 24 de março.

Entre os eleitores do presidente Lula (PT), segundo a pesquisa Latam Pulse, 78,2% defendem as retaliações contra Trump, contra 18,5% que se opõe.

Por sua vez, 75,3% dos que escolheram Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições 2022 rechaçam sanções aos norte-americanos, enquanto 16,4% são favoráveis.

Entre os brasileiros favoráveis a algum tipo resposta por parte do Brasil, 45,2% dizem que o Brasil precisa aumentar tarifas sobre produtos norte-americanos. Outros 44,7%, em empate técnico, afirmam que a retaliação ideal é reforçar relações diplomáticas e comerciais com rivais dos EUA, como a China.

Do total, 5% sugerem impor restrições a investimentos norte-americanos, e 4,9% se mostraram a favor de “outra medida” qualquer. Por fim, 0,3% propõem reduzir as reservas de dólar.

Por Ultima Hora em 02/04/2025

Comentários

  • Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!

Notícias Relacionadas

Jornalista usado por Musk para atacar o Brasil admite ter publicado fake news
12 de Abril de 2024

Jornalista usado por Musk para atacar o Brasil admite ter publicado fake news

FAMOSOS:  A empresária Kim Kardashian comemorou a data natalina ao lado das filhas
25 de Dezembro de 2022

FAMOSOS: A empresária Kim Kardashian comemorou a data natalina ao lado das filhas

Trabalho escravo: projeto de assistência a resgatados é aprovado
05 de Dezembro de 2024

Trabalho escravo: projeto de assistência a resgatados é aprovado

O aumento do tráfico de animais silvestres no estado do Rio de janeiro
02 de Abril de 2024

O aumento do tráfico de animais silvestres no estado do Rio de janeiro

Aguarde..