Michel Winter, marqueteiro de direita, é cogitado para ajudar na recuperação da imagem de Lula

Michel Winter, marqueteiro de direita, é cogitado para ajudar na recuperação da imagem de Lula

A direita começou a dominar as redes sociais ainda no governo Michel Temer. Eficiente em vitalizar memes, disparar conteúdos e criar narrativas nas redes sociais, o movimento foi fundamental na onda bolsonarista que culminou na eleição de Jair Bolsonaro à presidência em 2018. 

Um dos pioneiros na arte de mobilizar multidões na grande rede foi Michel Winter, mineiro de Ipatinga, que participou das campanhas eleitorais bem sucedidas do próprio Bolsonaro, Romeu Zema e Wilson Witzel. Ele foi um dos primeiros na direita a explorar o vasto território online. E, agora, está sendo cogitado para ajudar a esquerda, que quase dez anos depois ainda não aprendeu exatamente como se sair bem sucedida nessa tal de internet. 

A ideia do governo federal não é substituir de imediato Sidônio Palmeira, publicitário que assumiu há pouquíssimo tempo a Secretaria de Comunicação Social do governo Lula. Na verdade, Michel chegaria para ensinar como sobreviver a turbulência da impopularidade do chefe da nação e como dar mais visibilidade às suas ações. Paralelo a isso, caso seja preciso substituir Sidônio, Winter estaria na sala ao lado, pronto para assumir o posto. 

Entraves ideológicos

O reforço pode acontecer, mas esbarra em algumas exigências que Michel Winter já teria feito chegar aos corredores do Palácio do Planalto. Convicto de que há exagero na punição aos envolvidos no 8 de janeiro, o marqueteiro teria colocado como condição para auxiliar a Comunicação que Lula e seus ministros não se oponham à qualquer projeto de Anistia no Congresso Nacional. 

Winter é de direita, está comandando o novo partido Republicano Cristão Brasileiro (RBC, que falta apenas ser homologado pela Justiça Eleitoral, mas já possui CNPJ 50.806.109/0001-99), também de direita, e deixou claro que, sim, é um profissional da comunicação, portanto presta serviços independente da ideologia do cliente, mas sem negar suas próprias pautas pessoais. A anistia é uma delas. 

Sobrevida a Lula

O acordo, se for selado, prevê que Michel Winter devolva alguns dígitos de popularidade a Lula até o primeiro semestre de 2026. Após isso, o marqueteiro voltaria suas atenções para candidatos de direita em todo o país, já que os brasileiros vão escolher deputados estaduais, federais, senadores e governadores. Para presidente, Winter desconversa sobre quem apoiará. Dificilmente o petista conseguiria convencê-lo a assumir a empreitada da reeleição.

Por Ultima Hora em 20/02/2025
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