Modo petista de governar. Sucesso ou malogro

Mesmo governando o Brasil há 15 anos, o PT não conseguiu transferir para os municípios a força política que tem a nível nacional, apesar de propagar o modo Petista de governar.

Nas eleições de 2020, o PT não elegeu nenhum prefeito nas 26 capitais brasileiras, um resultado negativo para o partido que já governou mais de 600 municípios em 2008. O fato do PT ser fraco nas eleições municipais é uma consequência de vários fatores, como a perda de credibilidade do partido após os escândalos de corrupção, o impeachment de Dilma Rousseff, a ascensão de outras forças políticas de esquerda e de direita, a dificuldade de renovar as lideranças, a resistência da classe media, a falta de projeto de sociedade que empolgue novamente a maioria do povo trabalhador e a falta de nomes competitivos nas principais capitais do país. O PT vai tentar reverter esse quadro, apostando no peso do presidente Lula e na máquina federal, mas enfrenta diversos obstáculos, como a resistência de parte do eleitorado e a concorrência, de outros partidos da base do governo e da oposição.

O PT enfrenta um cenário desafiador nas eleições municipais de 2024, após o fracasso de 2020, quando não elegeu nenhum prefeito nas 26 capitais brasileiras. O partido sofre com a falta de nomes de peso e ainda não tem nomes fortes ou favoritos em nenhuma capital, e pode ter que apoiar candidatos de outros partidos, como Guilherme Boulos (PSOL-SP) em São Paulo, Eduardo Paes (PSD-RJ) no Rio de Janeiro, João

Campos (PSB-PE) no Recife, Luciano Ducci (PSB-PR) em Curitiba e Marcus Alexandre (MDB-AC) em Rio Branco. A disputa mais acirrada é em Goiânia, onde a deputada federal Adriana Accorsi (PT) teria 15% das intenções de votos contra 23% do senador Vanderlan Cardoso (PSD), que é um bolsonirsta radical, conforme o agregador de pesquisas do Ipespe.

Um dos principais problemas do PT é a dependência do ex-presidente Lula, que ainda é a maior liderança do partido, mas que não consegue transferir votos para seus candidatos nos municípios. Além disso, Lula enfrenta dificuldades para formar alianças com outros partidos, que preferem se afastar do PT,  por receio de perder apoio do eleitorado.

Diante desse cenário, o PT terá que mostrar capacidade de renovação, buscando e formando novas lideranças, ampliando seu diálogo com a sociedade e apresentando um projeto alternativo ao Bolsonarismo e ao neoliberalismo. 

As eleições municipais de 2024 serão um teste crucial para o partido, que precisa mostrar força, para enfrentar o desafio maior de 2026: continuar a comandar o Palácio do Planalto.

Boa semana para todos. Filinto Branco - colunista político.