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Em audiência virtual, realizada na tarde deste sábado, os motoristas do BRT firmaram um acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-RJ) e decidiram voltar ao trabalho no domingo (27) com todos os funcionários grevistas. Caso o acordo seja cumprido, o Sindicato dos Rodoviários e a Prefeitura do Rio alinharam que nenhum dos líderes será demitido por justa causa, ao contrário do que havia sido comunicado anteriormente pelo prefeito Eduardo Paes. Na reunião, também ficou acordado que a Prefeitura iria reajustar salários dos rodoviários, mas a data ainda não foi definida.
No início da tarde, o BRT havia anunciado o retorno parcial dos ônibus articulados e a inclusão de ônibus convencionais para diminuir o impacto da greve, iniciada desde as primeiras horas de sexta-feira (25).
No dia 17, a Prefeitura do Rio decretou a caducidade do contrato de concessão do BRT, encerrando o acordo e dando à Mobi-Rio a administração do sistema. No entanto, neste sábado, a juíza Georgia Vasconcellos da Cruz, da 6ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), concedeu uma liminar que suspende os efeitos dos decretos que extinguiram os contratos de operação do BRT pelos consórcios Internorte e Transcarioca. Na prática, a decisão anula os decretos que passaram a gestão do BRT para a Prefeitura.
A decisão liminar da Justiça neste sábado gerou rápida resposta de Eduardo Paes. Via Twitter, ele afirmou que "decisão judicial se respeita e acata, mas nem sempre se entende". Paes escreveu ainda que "suspender a encampação por causa da paralisação é dar razão ao locaute feito por aqueles que destruíram o BRT. Interromper o processo é prolongar o sofrimento das pessoas".
Em seguida, foi a vez do Rio Ônibus rebater as declarações de Paes. Segundo a entidade que reúne os consórcios de transporte público da cidade, Paes cometeu uma grave interferência ao acusar empresários de ônibus do município de estarem à frente de uma ação de locaute. Para a entidade, atribuir culpa a empresários que há mais de 11 meses estão afastados da gestão e operação do BRT - que é um projeto criado pelo próprio prefeito - não contribui em nada para melhorar as condições oferecidas aos usuários.
"É preciso que ele pare com suas declarações infundadas e esse vale-tudo pirotécnico. É preciso deixar claro que a responsabilidade da greve e, por consequência, da paralisação é única e exclusivamente da presidente da Mobi.Rio, que tem se mostrado inábil e despreparada até mesmo para, minimamente, estabelecer uma interlocução apropriada com os rodoviários em greve", disse em um trecho do comunicado.
O Rio Ônibus lembrou que o BRT está há mais de 11 meses sob gestão e operação exclusiva da Prefeitura, sem qualquer ação ou responsabilidade por parte dos consórcios filiados ao Rio Ônibus. O comunicado reforçou ainda que, por este motivo, a interventora do BRT e a secretária de Transportes é que "precisam admitir a falta de atendimento aos rodoviários e, principalmente, assumir total responsabilidade sobre o movimento grevista que tem, há mais de 24 horas, prejudicado a rotina de milhares de passageiros.
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