Movimento por independência da Califórnia ganha força com rejeição a Trump

Ideia existe há algum tempo, mas ganhou mais atenção depois que Donald Trump foi eleito presidente em 2016.

Movimento por independência da Califórnia ganha força com rejeição a Trump

A Califórnia planeja se tornar um país independente e já iniciou consultas públicas sobre o assunto. Sob o nome de Calexit, um grupo de cidadãos da Califórnia iniciou uma mobilização para conseguir a secessão do estado dos Estados Unidos, alegando que a região está sendo prejudicada cultural e financeiramente, por isso buscam sua independência completa.

A ideia existe há algum tempo, mas ganhou mais atenção depois que Donald Trump foi eleito presidente em 2016.

A medida foi anunciada na última quinta-feira pela secretária de Estado da Califórnia, Shirley N. Weber, que liberou o início de consultas com a população do estado.

Desta vez, as pessoas ainda estavam no processo de apuração no dia da eleição quando Marcus Ruiz Evans, o fundador do movimento, entrou com a papelada para iniciar o processo de sucessão.

Marcus Ruiz Evans

Ações de Trump incomodam eleitores da Califórnia

“O rosto de Trump torna isso real de uma forma que não conseguimos explicar ao californiano médio… sua reeleição tem algo a ver com isso”, disse Ruiz Evans.

Chris Micheli,  professor da Faculdade de Direito McGeorge e membro do Capitólio da Califórnia, sugere que as ações recentes do presidente Trump podem ajudar os proponentes a reunir assinaturas suficientes.

“Acredito que uma proposta como essa se torna mais popular e ganha mais força à medida que os californianos se sentem marginalizados ou em desacordo com o que está acontecendo no nível federal”, disse Micheli.

Micheli ressalta que, em vez de se concentrar em como deixar os Estados Unidos, seria melhor gastar tempo e esforço desafiando o governo federal na justiça, assim como o estado fez no primeiro mandato de Trump.

“O estado da Califórnia processou o governo federal 123 vezes — eles foram bem-sucedidos em dois terços desses casos”, disse Micheli. “…Então, acho que essa é uma abordagem mais realisticamente viável.”

Ruiz Evans admitiu que “provavelmente não” teria iniciado o processo de votação se um democrata tivesse sido eleito.

Segundo o governo californiano, a proposta precisa receber 546.651 assinaturas de eleitores do estado até julho deste ano para que a questão sobre a independência do estado seja colocada em votação nas eleições de 2028.

Se receber apoio suficiente, uma cédula de votação deve ser inserida no pleito com a pergunta: “A Califórnia deve deixar os Estados Unidos e se tornar um país livre e independente?”.

De acordo com a secretária, a questão precisaria ter coro eleitoral de 50% dos eleitores, e 55% de votos favoráveis, para se tornar realidade.

Entretanto, parece impossível para a Califórnia alcançar a independência dos Estados Unidos. Mesmo com a autorização de mais da metade dos eleitores, a medida terá que ser discutida por meio de um comitê oficial organizado pelas autoridades, algo improvável.

Embora a Califórnia possua uma das maiores economias do mundo, comparável a países como Alemanha e Japão, a independência tem seus desafios. Os críticos do movimento argumentam que a constituição dos EUA não contempla a secessão de um estado, o que exigiria uma emenda constitucional aprovada pelo Congresso e pelos outros estados.

Além disso, o processo pode levar à instabilidade econômica e afetar setores-chave que dependem do comércio interestadual. No entanto, os apoiadores do Calexit acreditam que a Califórnia tem recursos, população e economia para prosperar por conta própria.

Por Ultima Hora em 30/01/2025
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