Na sala de troféus da Beija-Flor: onde a história do samba fala alto e Slsamba mais ainda

Na foto, estão os membros do Departamento Cultural Lisandra Mateus e Patrick Carnaval, que fazem tudo acontecer e tornam essa experiência possível para todos.

Hoje, 30, fui conferir de perto o que a Beija-Flor de Nilópolis tem preparado para quem passa pela quadra e, além de curtir o ensaio da comunidade, se encantar com a história viva da escola. Isso mesmo, a sala de troféus da Beija-Flor agora está aberta pra visitação, e, posso te falar, é uma experiência que vai fazer qualquer sambista se arrepiar.

Ao entrar ali, é como fazer uma viagem no tempo. E não é só pelo acervo — é pela energia que a sala transmite, como se cada troféu tivesse uma história pra contar. Os campeonatos que a Beija-Flor conquistou, as vitórias de 1976, quando a escola brilhou pela primeira vez com Sonhar com Rei Dá Leão, ainda ecoam naquela sala. Se você parar pra olhar bem, quase consegue ouvir os tambores do passado chamando pra avenida.

Tem também o troféu de 1989, quando a Beija-Flor arrasou com Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia, e a ousadia foi tamanha que a Sapucaí quase virou um cenário de protesto e resistência. Ali estava a escola que ousava, não apenas em samba, mas em palavras e atitudes. Não levou o título, mas conquistou um lugar no coração de todos que amam o verdadeiro samba.

E claro, não podemos esquecer os tricampeonatos de 2003 a 2005, um verdadeiro feito, onde a Beija-Flor mostrou seu domínio sobre a avenida, garantindo o lugar de maior orgulho no cenário do samba. Já era, sem dúvida, a campeã absoluta do coração dos sambistas. E para fechar com chave de ouro, o troféu de 2018, quando a escola trouxe à tona a luta contra as desigualdades sociais, com um desfile que foi um verdadeiro grito de resistência e emoção.

Hoje, quem vem à quadra da Beija-Flor de Nilópolis tem mais uma atração: a visitação à sala de troféus da escola. O ensaio da comunidade segue sendo a grande estrela da noite, mas agora, na sala de troféus, o visitante pode se conectar diretamente com as vitórias que essa comunidade incansável conquistou ao longo dos anos.

O objetivo da sala é proporcionar uma proximidade única com o que representa cada troféu e cada conquista da Beija-Flor, e, claro, com a história de uma escola que é um patrimônio vivo do samba. A abertura da sala é uma iniciativa do Departamento Cultural da Beija-Flor de Nilópolis, que conta com uma equipe formada por 13 pessoas apaixonadas pela escola, com a ilustre Selminha Sorriso à frente, conduzindo um trabalho que tem como missão preservar a história da escola e de sua comunidade.

A experiência de visitar a sala de troféus é tocante. As pessoas, tanto da comunidade quanto de diferentes partes do Brasil, se emocionam ao relembrar os momentos que viveram com a Beija-Flor. É um espaço que tem o poder de aproximar ainda mais o público da alma da escola.

Quem ainda não teve a oportunidade de visitar, pode aproveitar. A sala estará aberta durante todos os ensaios de quinta-feira até o Carnaval, proporcionando uma verdadeira imersão na história da Beija-Flor.

Por: Arinos Monge.