Não foi só no Carnaval e no Futebol que Quaquá investiu o dinheiro de Maricá: Pega ladrão e o mistério das 82 mil novas filiações do PT no Rio para PED 2025

Tsunami de filiações: PT do Rio surpreende com maior número de filiação do Brasil e gera suspeitas

Aumento expressivo de novos membros no estado fluminense gera questionamentos internos no partido.

Em uma reviravolta surpreendente no cenário político brasileiro, o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta uma polêmica interna após o encerramento de sua campanha nacional de filiação. O estado do Rio de Janeiro, tradicionalmente não considerado um reduto petista e cujo índice de popularidade de Bolsonaro é o maior do país, registrou um aumento extraordinário de 82 mil novos filiados, superando até mesmo São Paulo, berço histórico do partido.

Esta disparidade nos números chamou a atenção de lideranças partidárias e analistas políticos. O fundador do PT e historiador Valter Pomar, membro da corrente interna Articulação de Esquerda, destacou casos emblemáticos como o de Maricá, que saltou de 8.521 para 18.062 filiados, um acréscimo de 9.541 membros em uma cidade de apenas 223 mil habitantes.

Outro caso que levantou suspeitas foi o município de Mesquita, na Baixada Fluminense. Apesar do desempenho eleitoral modesto nas últimas eleições municipais, onde o PT não elegeu representantes, a cidade registrou um salto de 3.641 para 6.456 filiados em poucos meses.

"Se nada for feito, logo veremos alguém acumular o comando de uma escola de samba, de um time de futebol e de um bom pedaço de um partido. O que não seria propriamente uma novidade na política brasileira, especialmente no Rio de Janeiro", alertou Pomar, em tom crítico.

A discrepância nos números levou à elaboração de um recurso interno dirigido à secretária nacional de Organização do PT, Sonia Braga, com cópia ao presidente Humberto Costa. O documento pede a aplicação do artigo décimo do estatuto do partido, que prevê medidas para casos de "volume excessivo de novas filiações".

O episódio levanta questões sobre a integridade do processo de filiação partidária e seus possíveis impactos nas eleições internas do PT, previstas para julho e agosto deste ano. A direção nacional do partido agora enfrenta o desafio de investigar e responder a essas alegações, garantindo a transparência e a legitimidade de seu quadro de filiados.

“Como se pode ver, Maricá está em sexto lugar em número absoluto de novos filiados. Mas na sua frente estão quatro capitais de estado e uma cidade com 896 mil habitantes. Enquanto Maricá tem 223 mil habitantes”, disse o cético Pomar.

Um conhecido morador de Maricá, insatisfeito com prioridades nos investimentos em futebol, carnaval e agora no PT, reclamou nas redes "A saúde em colapso e o QUAQUÁ de malas prontas para a França! É a segunda viagem internacional com dinheiro público em menos de 70 dias de gestão. Enquanto o povo sofre com hospitais sem médicos, falta de medicamentos e abandono total, ele vai desfrutar do bom e do melhor no exterior. Esse é o retrato do descaso! Até quando Maricá vai aceitar isso?"

Em seguida, ele ressaltou o desempenho de Mesquita, na Baixada Fluminense. Em 2024, o PT teve candidato a prefeito no município, Doutor Luiz Claudio, que conquistou 4.986 votos. Com os oito candidatos a vereador, o PT somou 2.800 votos. Não elegeu ninguém.

Mesmo diante de um cenário tão desastroso, a campanha fez o número de filiados na cidade pular de 3.641 filiados para 6.456. Uma potência.

“Em apenas quatro meses, conseguimos trazer para o partido um número que superou a votação obtida por nossa nominata de vereadores. E, agora, temos mais filiados na cidade do que o número de pessoas que votou em nossa candidatura a prefeito. Trata-se, sem dúvida alguma, de um exemplo de superação, um case de sucesso, que deve servir de inspiração para o partido em todo o país”, ironizou o petista. “Ou então alguém montou uma fábrica de filiações, que não têm absolutamente nenhuma relação com a influência real do PT no município”.

A explosão de filiados ao PT, município a município do Rio

ITAGUAÍ (RJ), de 1.240 para 2.254, acréscimo de 1.014.

PETRÓPOLIS (RJ), de 2.155 para 3.455, acréscimo de 1.305.

JAPERI (RJ), de 2.355 para 4.480, acréscimo de 2.125.

SÃO JOÃO DE MERITI (RJ), de 7.268 para 9.598, acréscimo de 2.331.

ITABORAÍ (RJ), de 2.671 para 5.010, acréscimo de 2.339.

MESQUITA (RJ), de 3.641 para 6.456, acréscimo de 2.815.

NOVA IGUAÇU (RJ), de 15.520 para 18.511, acréscimo de 2.992.

DUQUE DE CAXIAS (RJ),de 10.366 para 14.038, acréscimo de 3.672.

NITERÓI (RJ), de 18.692 para 24.658, acréscimo de 5.968.

BELFORD ROXO (RJ), de 5.101 para 11.904, acréscimo de 6.804.

MARICÁ (RJ), de 8.521 para 18.062, acréscimo de 9.541.

SÃO GONÇALO (RJ), de 18.825 para 29.490, acréscimo de 10.670.

RIO DE JANEIRO (RJ), fomos de 85.275 para 107.941, acréscimo de 22.666.

“Que se aplique o previsto no Estatuto do PT, artigo décimo, parágrafo único, a saber: “Para os casos em que as Comissões Executivas Estaduais ou a Nacional considerarem ter havido volume excessivo de novas filiações, causando prejuízos à democracia partidária, será decretado, sob sua supervisão, o recadastramento de todos os novos filiados e novas filiadas. (…) Para que tenhamos militantes e não apenas fichas assinadas, (…) é indispensável que a direção nacional impeça que ocorra aquele tipo filiação que parece ter como único objetivo conquistar espaço nas instâncias partidária”, diz o texto.

Em meio a essa controvérsia, o PT se vê diante de um dilema: como equilibrar o crescimento partidário com a manutenção da integridade de seus processos internos? A resposta a essa questão poderá moldar o futuro da agremiação e sua credibilidade perante o eleitorado brasileiro.

Com informações Berenice Seara

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