'Não vou recuar': deputado Sargento Portugal escapa de atentado e pede leis mais duras

Deputado Sargento Portugal relata ataque armado: "Eram dois elementos de fuzil"

Blindagem salva deputado de ataque a tiros: "Chega de proteger criminoso"

O deputado federal Sargento Portugal (PODE) viveu momentos de terror na tarde desta quinta-feira (18 de abril) quando seu veículo foi alvo de um ataque armado na favela de Antares, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Em depoimento exclusivo ao Jornal Nacional, o parlamentar, que também é policial militar, relatou detalhes do ataque que poderia ter terminado em tragédia. "Eram dois elementos de fuzil", afirmou o deputado, que escapou ileso graças à blindagem do Jeep preto em que estava.

O incidente ocorreu por volta das 13h, quando o deputado se dirigia a um projeto social na comunidade. Segundo seu relato, assim que entraram na favela, ele e seu motorista avistaram dois homens armados com fuzis. A reação imediata do condutor foi realizar uma manobra à esquerda, movimento que aparentemente provocou a reação violenta dos criminosos, que abriram fogo contra o veículo. Pelo menos seis disparos atingiram o carro blindado, que resistiu ao ataque, preservando a vida dos ocupantes.

Em sua declaração à polícia, Sargento Portugal demonstrou cautela ao analisar as motivações do ataque. "Ainda não posso concluir se foi um atentado direcionado a mim ou uma tentativa de assalto", declarou o parlamentar, que aguarda a investigação das autoridades para esclarecer o caso. A região de Antares tem sido palco de intensos conflitos entre grupos criminosos rivais, com a milícia, que atualmente domina a área, enfrentando investidas de traficantes do Comando Vermelho que tentam recuperar o controle do território.

Em pronunciamento nas redes sociais após o ataque, o deputado fez um desabafo contundente sobre a violência no Rio de Janeiro: "Durante uma visita a um projeto social em Antares, Zona Oeste do Rio, o carro em que eu estava foi alvejado com diversos disparos de fuzil. Graças à blindagem e à habilidade do meu motorista — e principalmente, à mão de Deus — saímos ilesos", relatou o parlamentar, que aproveitou para agradecer as mensagens de apoio recebidas.

O deputado também fez um alerta sobre a situação da segurança pública no estado: "O que aconteceu comigo acontece com o povo do Rio todo santo dia. Tem gente que não volta pra contar história. A cidade virou um campo de batalha. Isso não é normal. Não pode ser normal", enfatizou. Em tom firme, Sargento Portugal defendeu mudanças na legislação: "Está na hora de endurecer as leis. Chega de pena branda. Chega de proteger criminoso", afirmou, garantindo que não vai recuar diante das ameaças.

A 36ª Delegacia de Polícia (Santa Cruz) assumiu a investigação do caso e trabalha com diferentes linhas de investigação. Fontes da Polícia Civil informaram à nossa reportagem que estão sendo analisadas imagens de câmeras de segurança da região e coletados depoimentos de possíveis testemunhas para identificar os autores dos disparos. O ataque ao veículo de um parlamentar federal acende um alerta sobre a escalada da violência na região e a ousadia dos grupos criminosos que atuam na Zona Oeste do Rio.

O episódio reacende o debate sobre a segurança pública no estado e a necessidade de ações mais efetivas para conter o avanço de facções criminosas e milícias. Em nota oficial divulgada no início da noite, a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro informou que reforçará o policiamento na região e que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas para garantir a segurança do deputado e esclarecer as circunstâncias do ataque.

"Tem gente que não volta pra contar história": o desabafo do deputado que sobreviveu a ataque armado.

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