Negócios Ambientais: O Preço do Progresso?

Licenciamentos degradantes, contratos milionários, poluição ambiental e adaptação climática

Negócios Ambientais: O Preço do Progresso?

O impacto ambiental provocado por grandes empreendimentos tem sido um dos principais desafios enfrentados pelas sociedades modernas. No Brasil, a flexibilização de regras ambientais, a concessão de licenciamentos questionáveis e a falta de fiscalização rigorosa têm resultado em um cenário preocupante, onde a degradação do meio ambiente muitas vezes é tratada como um efeito colateral inevitável do progresso econômico.

A busca pelo lucro e pelo crescimento a qualquer custo tem levado a um modelo de desenvolvimento que ignora os riscos ambientais e sociais. Empresas e grupos econômicos, muitas vezes respaldados por decisões políticas, conseguem aprovar projetos que causam danos irreversíveis à natureza, impactando a vida de comunidades inteiras. Enquanto contratos milionários são assinados e grandes obras são erguidas, rios são contaminados, florestas destruídas e cidades se tornam cada vez mais vulneráveis às mudanças climáticas.

Mas quando as tragédias acontecem, quem são os verdadeiros culpados? A resposta, quase sempre, aponta para aqueles que colocaram interesses privados acima do bem-estar coletivo. Desastres ambientais que poderiam ser evitados são tratados como fatalidades, enquanto responsáveis se esquivam das suas obrigações. Seja no rompimento de barragens, na poluição de recursos hídricos ou no aumento das áreas de risco em regiões urbanas, a falta de planejamento e fiscalização cobra um preço alto, tanto para o meio ambiente quanto para a população.

O deputado estadual Yuri Moura tem se posicionado firmemente contra essa lógica destrutiva. “Não vamos parar de fiscalizar”, afirma, reforçando a importância de um controle rigoroso sobre licenciamentos ambientais e a necessidade de combater a impunidade. Segundo ele, é fundamental que o poder público atue de forma eficiente para garantir que o desenvolvimento aconteça de maneira sustentável, sem comprometer as gerações futuras.

A adaptação climática também precisa ser encarada como prioridade. O aumento das temperaturas, a elevação do nível dos oceanos e a frequência cada vez maior de eventos climáticos extremos são alertas claros de que as políticas ambientais precisam ser repensadas. No entanto, em muitos casos, as soluções são deixadas de lado em prol de interesses imediatistas.

Diante desse cenário, resta a pergunta: até quando o meio ambiente pagará a conta da negligência e dos interesses econômicos? O futuro sustentável depende das escolhas feitas no presente. Enquanto o poder público não priorizar a proteção ambiental e a fiscalização rigorosa, continuaremos a assistir tragédias anunciadas, onde os verdadeiros culpados seguem impunes.

Por Maicon Salles

Por Ultima Hora em 15/03/2025
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