Assine nossa newsletter e fique por dentro de tudo que rola na sua região.
O Comitê Norueguês anunciou nesta sexta-feira (8) em Oslo a concessão do Prêmio Nobel da Paz de 2021 aos jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov por seu trabalho em prol da liberdade de imprensa e de denúncia dos abusos de poder nas Filipinas e Rússia. O júri levou em conta a “luta corajosa” de ambos na “defesa dos direitos humanos” e “da liberdade de expressão” em seus países, disse a presidenta do comitê, Berit Reiss-Andersen.
“A senhora Ressa e o senhor Muratov representam todos os jornalistas que defendem estes ideais num mundo onde a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas”, acrescentou a presidenta da instituição. “O jornalismo livre, independente e baseado em fatos serve para proteger contra o abuso de poder, a mentira e a propaganda de guerra.”
A edição deste ano é a primeira a ser concedida a um jornalista desde que o alemão Carl von Ossietzky ganhou em 1935 por revelar o programa secreto de rearmamento do seu país após a I Guerra Mundial.
Maria Ressa (Manila, 1963) é a cofundadora do Rappler, um site filipino criado em 2012 que se distinguiu por denunciar as graves violações de direitos humanos do regime do presidente filipino, Rodrigo Duterte, no marco da chamada “guerra às drogas”.
Muratov (Samara, 1961) é o redator-chefe e cofundador do jornal russo Novaya Gazeta, considerado o último baluarte do jornalismo independente na Rússia, especializado em reportagens investigativas que expuseram a corrupção e os abusos de poder do Governo de Vladimir Putin. Quatro jornalistas deste veículo, incluída a repórter Anna Politkovskaya, foram assassinados nos últimos anos por seu trabalho nesta publicação.
A entrega será em 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel. O Nobel da Paz historicamente é entregue na sede da Prefeitura do Oslo. No ano passado, devido às restrições pela pandemia, a cerimônia teve lugar no salão nobre da Universidade de Oslo, um recinto menor, mas que já havia sido o cenário deste ato entre 1947 e 1989. Como já ocorreu na edição passada, em 2021 os organizadores pretendem reduzir ao mínimo as cerimônias presenciais de dezembro, ainda por causa da covid-19, mas não se sabe onde será feita a entrega. Cada prêmio está dotado com 10 milhões de coroas suecas (cerca de 6,3 milhões de reais).
O motivo de Julian Assange estar na foto que ilustra a matéria é porque para esta Tribuna o ativista australiano deveria ganhar o Nobel todo ano desde que revelou ao mundo uma série de documentos sigilosos do governo dos Estados Unidos que revelaram para o mundo a forma que esse país opera seu imperialismo mundo afora.
Nenhum comentário. Seja o primeiro a comentar!