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Nova Iguaçu, minha gente, virou o centro de um verdadeiro reality show eleitoral. Enquanto a diplomação dos eleitos está aí, na esquina, as denúncias de fraudes à cota de gênero continuam flutuando como balões de festa sem ninguém para estourar. A Justiça Eleitoral da cidade parece mais perdida que candidato sem santinho, mesmo com a Súmula 73 do TSE e os recados mais que claros vindos de Brasília.
Por falar nisso, a ministra Cármen Lúcia e o ministro Alexandre de Moraes já deixaram o recado em outras decisões sobre a cota de gênero: fraude não passa. Para Moraes, o uso de candidaturas fictícias é um “atentado à democracia”, e a Súmula 73 existe justamente para barrar esse tipo de trapaça. Já Cármen Lúcia reforça que o percentual de 30% de mulheres não é só número, mas sim um instrumento para garantir a verdadeira participação feminina na política — não uma maquiagem para chapa irregular.
Mas quem disse que Nova Iguaçu escuta? A cidade parece viver em um universo paralelo onde as coisas simplesmente não andam. A ministra pode ter dado aulas sobre a importância da cota de gênero, e o ministro já deixou claro que as punições incluem cassação de mandatos, recontagem de votos e inelegibilidade por oito anos. Só que, por aqui, parece que ninguém quer sair do ensaio para o espetáculo principal.
E os casos? Tem de tudo. Mulheres candidatas que não fizeram campanha, não gastaram um centavo e sequer votaram nelas mesmas. Uma delas, pasmem, declarou uma conta privada de Instagram como ferramenta de campanha — porque, claro, é assim que se conversa com o eleitorado, né? Outro exemplo: uma candidata que só entrou na chapa porque é filha de outra concorrente, como se fosse um projeto de família para cumprir tabela.
Com essas candidaturas fantasmas, as chapas do MDB e da federação PSDB/Cidadania estão sob investigação nos processos 0600522-12.2024.6.19.0159 e 0600476-23.2024.6.19.0159, respectivamente. A Súmula 73 não deixa dúvidas: votações zeradas, campanhas inexistentes e contas eleitorais fantasmas configuram fraude. A Justiça Eleitoral tem todas as ferramentas na mão, mas, por algum motivo, prefere assistir à confusão de camarote.
E enquanto isso, a diplomação está logo aí, e os eleitores iguaçuanos ficam com a sensação de que nada vai mudar. Em cidades onde a Justiça é ágil, isso já teria sido resolvido antes do almoço. Mas Nova Iguaçu? Aqui, nem com a bênção de Cármen Lúcia e Moraes as coisas saem do papel. Parece que a gente está esperando um milagre para que, finalmente, a Justiça local diga o que precisa ser dito: chega de enrolação.
Até lá, só nos resta assistir a esse show de incapacidade e esperar que, um dia, Nova Iguaçu entre na lista de cidades que levam suas eleições a sério. Afinal, não dá para brincar de democracia, muito menos quando os votos e a confiança dos eleitores estão em jogo.
Por: Arinos Monge.
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